Enviada em: 06/12/2018

Uma das maiores decepções aos cientistas brasileiros é reconhecer que, embora Santos Dumont tenha inventado o avião, sua patente fora registrada em nome dos irmãos americanos Wright. Sem dúvida, triste e desoladora realidade, porém reflexo histórico do descaso com que o Brasil trata o desenvolvimento da ciência e da tecnologia.       Se, por um lado, a comunidade científica experimentou celebrados exemplos de crescimento tecnológico (por meio do ITA, da Embrapa e da Petrobrás); por outro, entrou em um hiato obscurantista nos últimos três anos, à moda da Idade Média, haja vista grave redução no orçamento para investigação científica nas universidades públicas, onde se produz conhecimentos que são aplicados, por exemplo, nas áreas da medicina e da energia. De fato, um vazio que tira o fôlego de acumular paulatinamente uma valiosa cultura técnica, cujo único impacto superior, talvez, sejam os ataques às multinacionais da tecnologia pelo grupo social Vila Campesina.       Aliás, em épocas de Terceira Revolução Industrial, essa equivocada política pública coloca o Brasil à margem do desenvolvimento, ao lado de países como o Panamá, Bolívia e Peru (conforme listagem da ONU). Com efeito, isso eliminará a competitividade brasileira no futuro e perpetuará a conhecida dependência aos países desenvolvidos. Isto é, caso não seja retomado o investimento imediatamente, o país irá se ver no centro de  uma espiral recessiva, que custará aos cofres públicos mais do que agora.       Portanto, é preciso que Ministério da Educação invista em todos os níveis educacionais (básico, fundamental e superior); pois, nesse contexto, conseguirá formar cientistas que estejam aptos a se inserirem no campo da pesquisa científica e tecnológica. Essa prática, junto às necessidades de empresas privadas, irão fomentar o desenvolvimento do setor, tal qual se vê com o agronegócio. Além disso, cabe ao Governo Federal implementar políticas de benefícios fiscais, de modo a aquecer os campos de ciência e tecnologia. Assim, resgatar-se-á a ciência, e, concomitante, evitar-se-ão os soluços de crescimento, como os da Era Mauá e do Milagre de 70.