Enviada em: 17/04/2019

A Baixa Idade Média ficou conhecida como a era das trevas, uma alusão ao domínio da Igreja Católica, a qual proibia o desenvolvimento cultural e científico que não estivesse de acordo com os dogmas do cristianismo. Assim, com o fim desse período, o pensamento que sobrepujasse a doutrina eclesiástica tornou-se possível e, consequentemente, contribuiu para o avanço em diversos campos. No entanto, na contemporaneidade, a desvalorização da ciência voltou a ser uma questão e,dessa  forma, preocupa a comunidade cientifica brasileira. Essa situação, por sua vez, evidencia uma antítese ao que está estabelecido na Constituição, acerca da valorização da ciência, e a efetivação, além de reverberar o reflexo da crise econômica que permeia a conjuntura atual do país.           A priori, a constituição cidadã estabelece, por meio de artigos e dispositivos, que é dever do Estado proporcionar os meios de acesso à ciência, à tecnologia, à inovação e à pesquisa. Todavia, o cenário atual ecoa o Enigma da Modernidade, do filósofo Henrique de Lima, o qual elucida que, apesar da sociedade ser tão avançada em suas razões teóricas, é tão indigente em suas razões éticas. Nessa lógica, é evidente a antítese entre o que está estabelecido na Carta Magna e a conjunção atual, dado que a desvalorização da ciência é evidente no país, como pode-se observar nas reduções de verbas públicas destinadas às pesquisas nas universidades brasileiras, como também na desvalorização das bolsas de estudos para estudantes de pós graduação, uma área essencial para a pesquisa.             Outrossim, com as mudanças recentes na conjuntura econômica, marcada pela substancial redução do crescimento econômico e pelo aumento das taxas de inflação associado às políticas de ajuste fiscal, com cortes de recursos na área social, as conquistas obtidas na década passada, tanto no mercado de trabalho como nas demais áreas da política, estão ameaçadas. Diante dessa realidade, é possível compreender, especialmente, a desvalorização da ciência, um reflexo da crise econômica que permeia o país na hodiernidade, à vista disso, os investimentos para essa área são preteridos, uma vez que a crise contribui, intuitivamente, para redução de verbas disponíveis para o desenvolvimento da ciência.           Logo, cabe às ONGs- organizações não governamentais- realizarem palestras para as autoridades políticas, sobre a importância da valorização da ciência para a nação. Para isso, é favorável convidar economistas, a fim de que colaborem na construção de um conhecimento sólido sobre o assunto em questão, ao demostrarem as nações que possuem altos investimentos em pesquisa e os benefícios que essa ação acarreta para o país, a fim de que seja estabelecido no Brasil o que está garantido na Constituição,  no  que tange à ciência,  mesmo em tempos de crise econômica.