Enviada em: 08/03/2018

Em países desenvolvidos, como os EUA, Alemanha e Japão o conhecimento é apresentado como a forma mais clara que pode ser adotada para libertar o ser humano e até uma nação de suas fortes crises. Prova disso, é o Japão que açoitado pelos efeitos da segunda guerra mundial teve como ação instantânea para se reerguer o investimento prioritário em ciências e tecnologias. No entanto, na contramão dessa concepção de pensamento está os dirigentes brasileiros, que ao observarem as crises de seu país julgam com certeza incontestável de que a opção primordial a ser adotada contra as mesmas é o corte de parte do orçamento para fins científicos.    Nesses termos, pode-se dizer que a desvalorização do conhecimento é algo patológico que já está perpetuado nas ações governamentais e no imaginário coletivo brasileiro. Lima Barreto, célebre escritor brasileiro retratou com fidelidade a maneira com que o conhecimento é visto no Brasil em sua obra Triste fim de Policarpo Quaresma ao escrever o diálogo entre duas vizinhas de Policarpo que espiando sua biblioteca pela janela se perguntam " Para quê tantos livros, se não é nem bacharel". Tal cena, escrita a mais de cem anos retrata quase que a realidade concreta hodierna no Brasil, e pode ser facilmente atribuída aos governantes brasileiros, que assim como as vizinhas de  Policarpo Quaresma desprezam o conhecimento .   Exposto isso, é possível identificar que os problemas vão além do plano ideológico e ,por isso, acabam atingindo a esfera das tomadas de decisões do poder público máximo do país, como a Presidência da República. Dito isso, é notório que as decisões presidenciais dos últimos anos tornaram-se um fator de risco aos avanços científicos no país, pois com a recente junção de vários Ministérios ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação os investimentos para o campo científico passaram a ser significativamente menores dificultando, por conseguinte, o trabalho de pesquisa e desenvolvimento nas universidades brasileiras.     Desta forma, é imprescindível que haja deliberações em níveis federais acerca dessa temática, com a finalidade de acomodar o país em uma posição de nação não mais emergente, mas sim desenvolvida. Portanto, o Ministério da Educação deveria incluir no calendário escolar federal a realização de palestras sobre ciência de maneira acessível aos estudantes de escolas do ensino fundamental e médio, no intuito de fazê-los desenvolver uma percepção real do mundo das ciências mudando, assim, a concepção errônea que se tem da mesma na sociedade atual. Ademais, o governo federal deveria criar um Ministério exclusivo à ciência no Brasil para que mais recursos sejam direcionados a esse setor, pois somente através do desenvolvimento científico uma nação se torna realmente independente.