Enviada em: 22/03/2018

O desmerecimento da ciência     Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa a desvalorização da ciência, no Brasil, hodiernamente, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não desejavelmente na prática e a problemática persiste intrinsecamente ligado à realidade do país, seja pela ineficiência de investimento e prestígio político, seja pela ausência de divulgação. Nesse sentindo, convém analisarmos as principais consequências de tal postura negligente para a sociedade.       É indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do impasse. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a ineficiência de investimento e prestígio da política rompe essa harmonia, haja vista que as instituições científicas do governo estão passando pela sua maior crise orçamentária desde 2016, segundo dados do Ministério da Ciência e Tecnologia. Dessa forma, há a ameaça de que alguns institutos tenham de fechar este ano, o que irá prejudicar ainda mais na desvalorização da ciência brasileira.       Outrossim, destaca-se a falta de divulgação como impulsionador do problema. Segundo o sociólogo Durkheim, o fato social é uma maneira de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que a desvalorização da ciência está imersa em um fato social, no qual os cidadãos, de maneira coercitiva, não têm conhecimento de algo que poderia se tornar seu futuro profissional e, consequentemente, ajudar o país.       É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de politicas que visem à construção de um mundo melhor. Destarte, o Ministério da Ciência e Tecnologia deve propor um projeto para aumentar o investimento político, promovendo debates na Câmara dos Deputados a fim de que a ciência seja mais valorizada e chegue até a população. Como já dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo. Logo, o Ministério da Educação deve instituir, nas escolas, palestras ministradas por cientistas, que discutam sobre a importância das pesquisas científicas, mostrando uma das pesquisas para o estudante se interessar e conhecer a ciência com a finalidade de que o tecido social se desprenda de certos tabus para que não viva a realidade das sombras, assim como na alegoria da caverna de Platão.