Enviada em: 31/07/2018

Segundo o filósofo Platão, em sua teoria conhecida como “Alegoria da Caverna”, o indivíduo é acorrentado por paradigmas impostos pela sociedade que pospõem o progresso. Hodiernamente, a dificuldade de reinserir ex-detentos no âmbito social, está notoriamente arraigada ao preconceito e a marginalização social. Em virtude de tais fatores, urge a necessidade de políticas que interfiram nesse aspecto, bem como a quebra desse conceito excludente, além da melhoria da condição de vida nos presídios.  A priori, a aceitação de uma mudança efetiva é, ainda, um tabu na sociedade, onde se tem a perspectiva de que as coisas são predestinadas e a impossibilidade de interferir em certos aspectos. Tendo em vista, vale explicitar musicas populares na cultura brasileira que exaltam esse pensamento, como o trabalho do grupo de axé “É o tchan” que compõem letras como “pau que nasce torto nunca se endireita”. Nesse viés, ressalta-se o preconceito como obstáculo para reabilitação, levando o ex-presidiário a um ciclo de delitos causado pela falta de oportunidades após seu período de restrição social.   Outrossim, as condições de vida se tornam preponderantes na civilização do ser humano. Quando nota-se a atual conjuntura do sistema prisional, levando em conta a superlotação, a falta de recursos e o ambiente insalubre, fica fácil concluir que a ressocialização é utopia numa realidade onde as pessoas não vivem dignamente. Tal situação tem inúmeros reflexos na sociedade, desde a proliferação da marginalidade até casos como o Massacre do Carandiru, que se resume no confronto entre carcereiros e carcerários em um local de extrema lotação e insalubridade, fazendo valer a importância de reformas prisionais para diminuir os delitos e os assassinatos no país.  Portanto, torna-se imprescindível que o Ministério do Trabalho, em parceria com as empresas privadas, elaborem projetos que visem trazer oportunidades aos detentos, por meio de cursos profissionalizantes nos presídios, ofertando estágios em empresas ligadas aos respectivos ramos, com o intuito de que ao fim do encarceramento o ex-cativo possa ser contratado pelas empresas parceiras do projeto, gratificadas com incentivo fiscal. Desse modo, sera disponibilizada a chance de reinserção social, educação e dignificação do indivíduo na sociedade, que tem por sua vez, o papel de quebrar os paradigmas e, somente assim, se estabelecerá um convívio justo para todos.