Enviada em: 01/11/2018

A preocupação com a ressocialização dos detentos é uma constante na maioria das sociedades contemporâneas. Nesse sentido, tal objetivo só poderá ser atingida de forma satisfatória com o implemento contumaz da educação em todo o sistema penitenciário. Entretanto, a visão retrógrada da sociedade e a falta de estrutura dos presídios impedem a melhoria do quadro atual.        Boa parte da sociedade enxerga os detentos como pessoas sem direitos, que merecem apenas sofrer. Isso ocorre em razão de não entenderem que o preso uma hora retornará para o convívio social, e precisará estar apto para isso. Nesse sentido, quanto mais capacitado ele for dentro do presídio, maiores serão as suas chances de conseguir emprego e ter uma vida digna. Dessa forma, o pensamento medieval ainda é um empecilho à introdução da educação dentro dos presídios.       Ademais, a falta de espaços adequados para a prática educacional impede qualquer avanço. Isso é consequência do sucateamento do sistema penitenciário, que não disponibiliza sequer celas suficientes para acomodar os detentos. Nesse contexto - de presídios lotados e sem condições de higiene adequadas - introduzir um ensino de qualidade se torna uma medida utópica. Além disso, com a escassez de recursos, a preocupação dos gestores passa a ser unicamente com a abertura de novas vagas, sem levar em conta a qualidade do processo de ressocialização. Assim, perpetua-se um ciclo de encarceramento ineficaz.       Portanto, embora a educação seja essencial para a ressocialização de detentos, a sua implementação ainda está longe de ser conseguida. Sendo assim, cabe ao governo realizar campanhas de conscientização sobre a importância da educação nos presídios, visando modificar o pensamento vigente. Concomitantemente, são necessários fortes investimentos no sistema penitenciário, visando a qualidade do processo de ressocialização, com a introdução de salas de aula em todos os presídios do país. Dessa forma, o detento poderá seguir uma vida digna após cumprir sua pena.