Enviada em: 22/05/2017

Educar, ressocializar e progredir.   Conforme postulou Imannuel Kant, "o homem não é nada além daquilo que a educação faz dele". Conclui-se assim, que independente de época educar a sociedade é de extrema importância para que se obtenha cidadãos conscientes e engajados com seus direitos e deveres. Todavia,  no corpo social brasileiro, nem todos conseguem receber devida instrução, sobretudo detidos no sistema prisional. Desse modo, torna-se urgente o questionamento: educação como solução de ressocialização de detentos, utopia ou realidade? A discussão recai nos âmbitos cultural e político-econômico.   De início, convém analisar: a nação brasileira está imersa em uma cultura de preconceito ao que diz respeito a pessoas privadas de liberdade. Prova disso, está em manifestações, em sua grande parte nas redes sociais, que sugerem que presos não merecem ter direitos, a favor da pena de morte, diminuição da maioridade penal e tantas outras. Estes pensamentos estão presentes no cotidiano da população, e sendo mínimas as demonstrações de que esses não são caminhos adequados e que pode haver uma solução para o sistema prisional e os detidos, o que  se sobressai é a propagação de ódio e discriminação.   Ademais, é lícito inferir que além de cultural o problema está também no meio político-econômico. Uma vez que, não contendo infraestrutura para oferecer aos detentos o básico dos direitos humanos, a educação parece realmente utópica. Os presídios brasileiros já foram infelizmente chamados de medievais, ao passo que são superlotados, insalubres, sem espaço para outras atividades que não ficar enjaulados em celas como "animais". Isto se afirma, com o Complexo  do Curado em Pernambuco, que é o maior do Brasil em população carcerária, capaz de abrigar 1800 presos, mas abrigando sete mil. Logo, o país precisa de uma sociedade reeducada para poder assim mudar o cenário atual.   Portanto, a resposta do questionamento citado, é que é possível tornar realidade a educação como meio de ressocialização de detentos e para isso é dever do governo, mostrar esse caminho de mudança para a população, com o intuito de transcender o preconceito, por meio de propagandas, de projetos que mostrem a realidade da vida carcerária e daqueles que lá vivem. Além disso, não basta apenas ter leis que garantam educação nos presídios, é preciso tornar prioridade as mesmas e começar investir na infraestrutura. E ainda, o corpo social deve com a ajuda do Estado, se conscientizar que ser instruído pode mudar o rumo de milhares de vidas. Assim, no futuro o utópico será a atual realidade!