Enviada em: 29/05/2017

Saindo da Caverna       Sendo o sistema penitenciário brasileiro, em sua maior parte, uma forma de segregar negros e pobres do meio social, a educação como mecanismo de reintegrá-los à coletividade humana, se torna um caminho difícil de ser seguido, visto que, saúde, ensino escolar e dignidade humana, direitos de qualquer cidadão nesse país verde e amarelo, quando entregues aos detentos são enxergados como privilégio, quando o correto seria privá-los apenas de liberdade.       Em o Mito da Caverna de Platão, é entendido que precisa se desvencilhar das imagens e conceitos criados pela cultura que estamos inseridos no dia-a-dia para ,assim, conseguir entender como é a realidade pós Caverna. A maioria dos indivíduos afirmam que o criminoso apenas comete suas infrações se quiser, esse pensamento ilustra o, ainda não descoberto, conhecimento de que a desigualdade social influência de uma maneira bem maior que a própria vontade.       A falta de desejo, conhecimento e engajamento da classe política em ressocializar presidiários, fornecendo a estes uma falsa e temporária liberdade, pois sem perspectiva de futuro e na falta de "ferramentas" para construir seu amanhã, os ex-encarcerados logo terão que ser reintegrados ao sistema penitenciário, formando um ciclo em que quem está fora ou dentro de cadeias, saia perdedor.       É importante que, afim de integrar definitivamente os detentos no círculo social, os governantes saiam da Caverna e estudem e debatam sobre o meio prisional para assim conhecer a situação carcerária e suas consequências, sendo que, através de atividades laboras, cursos profissionalizantes e ao menos educação básica, forneçam uma luz para que quem integre presídios, enxerguem uma nova realidade e veja-se útil, participante e pertencente à sociedade que estão inseridos.