Enviada em: 02/07/2017

É sabido que os presídios brasileiros estão tanto superlotados quanto deteriorados, impossibilitando sequer uma ínfima qualidade de vida, que assegura a Constituição Federal de 1988. Além disso, praticamente não há educação aos detentos. Com isso, a ressocialização adequada torna-se cada vez mais distante. Nesse sentido, uma das poucas soluções para reinserir de maneira eficiente o indivíduo na sociedade ,que seria através do ensino, não é colocada em prática, fazendo-se necessário a atuação do Estado junto com empresas privadas para mudar essa realidade.    Primeiramente, ressalta-se que o sucateamento dos presídios está interligado à dificuldade em fornecer acessibilidade ao ensino. Isso ocorre porque sem estrutura física é quase inviável o fornecimento de aulas. Ademais, com a ausência de profissionais qualificados e materiais que garantam o mínimo de informações relevantes, dificulta-se a expansão do ensino nos presídios brasileiros. De acordo com a pesquisa promovida pela Ação Educativa , 72% dos detentos não estavam estudando. Por outro lado, 86% deles afirmaram que gostariam de estudar. Observa-se, dessa forma, o binômio querer-não poder, o qual acarreta em um regresso social.     Segundo Nelson Mandela, "a educação é a maior arma que se pode usar para mudar o mundo". Dessa maneira, se ela fosse disponibilizada  a todos, a probabilidade de haver mudanças não só no comportamento dos presos, mas também na ressocialização dos mesmos seria significativa. Entretanto, há empecilhos que  contribuem  para que isso não aconteça. É  o caso, por exemplo, reprovação de muitos brasileiros acerca da educar os indivíduos nas prisões. Essa errônea ideia justifica-se no argumento de que os detentos tiveram a chance de serem escolarizados , mas não quiseram, logo, não merecem uma segunda chance.      Evidencia-se, portanto, que a educação é imprescindível na ressocialização dos presidiários. Com o objetivo de que haja mudança nas prisões, é fundamental que os órgãos competentes em parceria com empresas privadas ampliem não somente o número de escolas nos presídios, bem como a quantidade de bibliotecas e cartilhas educacionais que tenham a função de sensibilizar os carcerários a não praticarem crimes. Some-se a isso, a colaboração de profissionais como psicólogos,por meio de palestras, no que diz respeito a incentivar os detentos a buscarem  uma nova vida fora da cadeia. Por fim, é importante que esse e outros profissionais deem ênfase na mensagem de que somente por meio da educação o reinserimento dos penalizados na sociedade será efetivado.