Enviada em: 03/09/2017

Injustiças antissociais        40% das penitenciárias sem salas de aula. 86% dos detentos afirmam ter vontade de estudar, apesar de 72% deles não o estarem por falta de infraestrutura. Esse quadro mostra como a realidade das prisões, no Brasil, é alarmante. Por conseguinte, os seus habitantes não possuem direitos básicos, como a educação. Dessarte, há de se entender tal problemática, a fim de minimizá-la.       À vista disso, deve-se considerar a sociologia funcionalista de Durkheim, a qual determina que, para uma sociedade ser coesa, as Instituições Sociais devem funcionar perfeitamente. Contudo, isso não ocorre no Brasil, principalmente na esfera da educação pública, que se encontra precária. Desse modo, os cidadãos que não têm acesso às escolas tendem a recorrer ao crime. Por isso, torna-se evidente que a maneira mais eficaz de ressocializar os detentos é através dos estudos. Assim, observa-se indubitável o fato  de que não dar educação a esses indivíduos é o mesmo que manter o crime, sendo essencial inverter tal questão, em prol de uma coletividade harmônica.        Acresça-se a isso a filosofia de Nietzche sobre Moral de Rebanho, a qual pode ser relacionada com a opção pela vida criminosa, e sobre as Três Metamorfoses, que seriam necessárias para que a pessoa se libertar desse rebanho, no caso, da desonestidade. Entretanto, para que tal conjuntura seja efetiva, o indivíduo tem que ter um pensamento crítico, fora do senso comum e a forma de se atingir isso é pela educação. Diante disso, percebe-se fundamental a presença do ensino nas unidades penais, para que a ressocialização dos detentos deixe de ser uma utopia e vire uma realidade.        Assim sendo, é primordial remodular o macrocosmo social brasileiro. A esse propósito, cabe ao Poder Executivo assegurar o acesso à educação aos privados de liberdade, por meio da melhoria e da construção de alas nas prisões de salas de aula e, também, da contratação de professores, com o objetivo de que os internos formem um pensamento perspicaz e que, logo, sejam capazes de se livrar do crime. Ainda, é de responsabilidade do Poder Legislativo certificar a existência de, pelo menos, um centro educacional em todas as penitenciárias, por intermédio da criação de uma punição, como o pagamento de multas, para o descumprimento da lei que obriga todas as prisões a oferecerem educação para os detentos, garantindo os seus direitos ao ensino. Ademais, é imprescindível que a mídia exponha a realidade dos detidos, com documentários que revelem o drama de querer estudar e não poder, com o intuito de que a sociedade seja consciente de que mudanças devem ser feitas no sistema prisional, para que, assim, a humanidade se reinvente em um mundo mais sociável. Afinal, segundo Luther King, "uma injustiça em um lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo lugar".