Durante o período Imperial brasileiro, apenas cidadãos das altas classes frequentavam as escolas, em sua maioria, na Europa. Ao regressar, os estudantes traziam consigo ideários revolucionários inspirados nos intelectuais da época, como Rousseau e o Iluminismo. De fato, desde a construção do país, a educação é um veículo de mudança na sociedade e formadora do senso crítico porém, os altos índices de evasão escolar, somado a precariedade do sistema, fomentam na estaticidade do mundo. A priori, convém destacar a escola como indispensável para a formação do senso crítico individual. Em analogia à Alegoria da Caverna, de Platão, a educação mostra o caminho a ser trilhado para viver no mundo inteligível, onde só razão e sabedoria podem mostrar a realidade do mundo. Nesse viés, o conhecimento propiciado leva os jovens a entender o mundo, fazendo-o crescer intelectualmente e a serem os protagonistas de suas opiniões e, assim, evitar de ser manipulado pelos discursos alheios. Sob outro ângulo, é válido salientar que as falhas governamentais corroboram para a problemática. É incontrovertível que os altos índices de evasão escolar por trabalho , somado a precariedade do ensino nas escolas públicas brasileiras, ocasionam a alienação social dos jovens que, por desconhecer Política, História, Antropologia e Sociologia- áreas básicas para o conhecimento do mundo onde se vive, contenta-se com o caos social e, assim, não age para mudá-lo, uma vez que, como exposto por Neson Mandela, só a educação pode mudar o mundo. Destarte, torna-se evidente a necessidade de discutir, de maneira mais aprofundada, o papel que a educação possui na vida dos estudantes. Assim, é mister que o MEC insira no curriculum escolar a obrigatoriedade de aulas de Política e Antropologia, de modo que haja discussões semanais sobre os assuntos, bem como o estudo de teóricos e de culturas adjacentes, e que os professores promovam rodas de debate, a fim de instigarem o senso crítico do aluno e a compreensão de seu papel na sociedade e, desta maneira, possa mudar o mundo com seu conhecimento.