Enviada em: 26/07/2017

A educação é um dos pilares do desenvolvimento de qualquer país. Ocupando a sétima posição na economia mundial, seria racional pensar que o Brasil possui um sistema educacional público eficiente; contudo, a realidade é justamente a oposta. Com um histórico-cultural de descaso com a educação aliado à falta de prioridade de investimentos no setor, o Brasil não cumpre com o slogan de “pátria educadora”.        Enquanto a Europa passava pelo Renascimento e pela expansão do conhecimento em meados do século XVI, o Brasil era explorado pelos colonizadores em uma sociedade escravagista e produtora, com pouca ou nenhuma produção educacional. Séculos mais tarde, com o advento da Revolução Industrial e posterior ascensão do modelo capitalista, o ideal de sucesso surgiu ligado ao trabalho e a produção em detrimento da construção do conhecimento. Estes fatores corroboram para um histórico que transcorreu os séculos e perdurou na cultura até os dias atuais, explicitando o atual cenário de relegação do sistema educacional no país. Tal fato é ratificado ao observar-se a crença social que diz “Criança deve trabalhar desde cedo para não se tornar bandida”. Este posicionamento demonstra a visão populacional sobre papel secundário do processo educativo para formação do cidadão e para o desenvolvimento do país.       Se não bastasse a descaso histórico, o país não investe o suficiente em educação além de não alocar os recursos adequadamente haja visto os cortes previsto pela Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Este fato compromete a manutenção das instituições educativas além de limitar a formação de crianças e adolescente no país, violando, integralmente, os direitos fundamentais à educação e à dignidade humana; especialmente aqueles previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).        Nesse ínterim, portanto, medidas são necessárias para reverter este quadro. É dever do Poder Público, gestor dos interesses coletivos, garantir maiores investimentos à educação além de uma gestão eficiente que permita a todos o acesso às instituições educativas. Cabe ainda à sociedade, a promoção de fóruns de debate sobre a temática com propostas de melhorias e de fiscalização quanto as diretrizes previstas no ECA. Outrossim, urge que a mídia, por meio de novelas e seriados, demonstre o papel fundamental da educação na formação do cidadão e no desenvolvimento da economia. Sob tal perspectiva, poder-se-á construir uma sociedade educadora, pois como proferido por Paulo Freire “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua própria construção”.