Enviada em: 27/10/2017

Em 1848, a Europa foi mergulhada na Primavera Dos Povos. Na época, milhares de jovens se revoltaram contra a ordem monárquica vigente, valendo-se de ideais iluministas e do pensamento marxista nascente. No século XXI, foi a vez da África. Valendo-se das redes sociais e pautados no ideal de liberdade da ONU, centenas de jovens se uniram para contestar governos autoritários na Tunísia e Egito. Depreende-se, pois, que o papel do jovem na sociedade é historicamente o de criticar os governos que os cercam, inclusive no século XXI. Entretanto, hodiernamente, o mal uso das redes sociais e a precária escolaridade atentam contra essa realidade.  A rede informacional atual proporcionou uma ampla difusão de conhecimentos, os quais são de fácil acesso pelo público. Através dela, conhece-se notícias do cenário político atual, bem como decretos governamentais. Apesar dessa valiosa prerrogativa, a juventude atual carece de espírito crítico ao sobrevalorizar o uso recreativo da rede, tais como Facebook, Twitter, Snapchat, para meramente relacionar-se entre si e "curtir" fotos alheias. Os gregos clássicos ficariam abismados com essa ociosidade, haja vista que seus ideais eram em favor do debate, da democracia e do espírito crítico para construir de uma sociedade melhor.     Soma-se a isso o precário papel da educação na formação de jovens em países como o Brasil. Nas terras tupiniquins, não há aulas de política; debates sobre como agir politicamente; formação de espírito crítico a partir do diálogo entre a opinião dos estudantes e a dos professores. Esse cenário os leva a serem meros decoradores de conteúdo para poderem se formar, mesmo que seus conteúdos de nada valham para a democracia.   Destarte, o Ministério da Educação deve propor a criação de leis para implementar a obrigatoriedade da matéria de educação política nas escolas a fim de que os jovens dialoguem entre si e com os professores para aprimorar sua mentalidade crítica. Ademais, a iniciativa privada e a sociedade devem se mobilizar em propagandas críticas nas redes sociais para conscientizar os jovens sobre o papel da internet na atualidade.