Os jovens sempre tiveram um importante papel como mobilizadores e idealizadores de grandes movimentos sociopolíticos que visavam uma maior liberdade, justiça e igualdade na sociedade. Hoje, em pleno século XXI, a sua mobilização se faz tão importante quanto de outrora, visto que há ainda muitos impasses a serem combatidos como a corrupção e a manutenção das desigualdades, que cresce mundialmente, dando destaque ao Brasil. Contudo, a participação desses jovens nessas questões tem, infelizmente, diminuído muito nos últimos anos e isso implica severas consequências. É válido frisar o principal motivo da queda da participação da juventude nos âmbitos sociais do Brasil. E este é a falta de um debate sobre as questões sociopolíticas do país nos centros educacionais. Como ratificação disso tem-se pesquisas realizadas pela revista Superinteressante que apontou que menos de 20% das escolas brasileiras debatem sobre políticas e suas aplicações nas esferas sociais ou incentivam os jovens a obter mais conhecimento acerca disso. Assim, a juventude não é educada com uma boa base política não sabendo, portanto, se posicionar sobre o assunto e lutar por melhorias. Dessa forma, surgem severas consequências para toda a sociedade. Percebe-se que com a escassez de jovens com um notório conhecimento sociopolítico os movimentos sociais mobilizados por estes tendem a diminuir e assim a voz da maioria da sociedade brasileira que é carente, de acordo com o Coeficiente de Gini - que mede a concentração de renda no país-, diminui. À vista disso, se terá a manutenção dos impasses nesse sistema, como a corrupção e as desigualdades sociais. Ademais, é preciso destacar o porquê do jovem ser o grande mobilizador dos movimentos sociais. Como se sabe, a cada geração que passa, por mais que haja a presença da tradição em uma sociedade, muitos valores vão sendo reestruturados e modificados pelas gerações mais novas. Foi assim, por exemplo, na década de 60 no país, com o movimento da contracultura, o tropicalismo, desencadeado por jovens cantores na época, como Caetano Veloso. Este movimento ia de encontro aos valores tradicionais da época que era, sobretudo, elitista. E assim valorizava a cultura popular, dando voz ao povo e denunciando as desigualdades e impunidades no pais na era da política ditatorial. Por conseguinte, percebe-se que o jovem foi e ainda é a peça fundamental para que a sociedade possa se manifestar e fazer valer seus direitos constitucionais. Assim, o Ministério da Educação, com verbas da Receita Federal, deve disseminar debates sociopolíticos nas escolas para que os jovens possam desenvolver o senso crítico sobre o assunto, e assim ter a capacidade de se tornar um bom agente da mobilização populacional. Ademais, o Congresso Nacional deve criar leis que deem mais espaço para o jovem nas esferas políticas do país, visto que este é o grande representante do povo.