Enviada em: 01/10/2018

No livro Vidas Secas de Graciliano Ramos, O personagem Fabiano em busca de melhorar de vida, arruma um emprego, o qual possui péssimas condições, baixo salário e exploração, configurando a uma situação análoga à escravidão. O cenário que se encontra Fabiano, infelizmente, ainda é recorrente na vida de muitos trabalhadores pelo país, por conta das condições precárias de vida e a falta de fiscalização nos lugares dessa prática, fatores esses que contribuem para a dificuldade de resolução da problemática.   Em primeiro lugar, a abolição tardia da escravidão no Brasil influencia diretamente na existência ainda do trabalho escravo. A falta de inserção da população negra depois da abolição, dificulta na obtenção de empregos, pois a maioria precisa de formação adequada, assim os subempregos são designados a essa população. Nos serviços domésticos, estão mulheres negras de baixa formação, as quais precisam desses serviços para sustentar a família e acabam aceitando-os.Por terem uma carga de trabalho intensa e valores baixos, corroboraram para a criação da PEC das domésticas, em 2015, que regulamenta os direitos dessas empregadas. Apesar dessa medida, a maioria dos patrões não cumprem a lei e faz ameaças de demissão, coagindo-as a permanecer mesmo sendo nessa conjuntura instável.    Ademais, em zonas rurais no Brasil, como no norte e nordeste, a exploração trabalhista é também presente. A falta de fiscalização nessas áreas, contribui para casos de aproveitamento abusivo dos serviços prestados por essas pessoas, que trabalham mais do que permitido, sem carteira, assinada, em baixo de sol tórrido, cortando mais de 15 toneladas por dia nas plantações de cana-de-açúcar, por exemplo. A imensa maioria dessas pessoas não tem estruturas físicas para aguentar essas jornadas, assim, uma consequência grave é a diminuição da vida útil,  a qual consistia em 15 anos e ,agora, passou para 12 anos na atividade, o que caracteriza a baixa longevidade desse trabalhador. Desse modo, percebe-se que o abuso trabalhista pode ser na forma de cerceamento de liberdade ou a soma de trabalho degradante, sendo imprescindível sua extinção.   Dessa maneira, é importante a alteração desse panorama. As domésticas devem ter seus direitos assegurados e cobrar os benefícios,e quando ameaçadas devem denunciar no sindicato dos trabalhadores para medidas de punição  serem tomadas. Além disso, o Governo deve fiscalizar as propriedades rurais, punindo os responsáveis pela exploração e, em parceria com o Ministério  da Saúde, fornecendo ajuda psicologica e médica  as pessoas ameaçadas e torturadas.Dessa forma, realidades como a de Fabiano ficarão só nos livros de Graciliano  Ramos.