Enviada em: 29/09/2017

Harmonia racial para quem?      A escravidão é uma prática social existente desde a pré-história, tendo seu surgimento com os povos sumérios e outras civilizações antigas. No Brasil, o escravismo surgiu no século XVI com os portugueses realizando o tráfico negreiro, ação que teve seu fim em 13 de Maio em 1888, data na qual foi reconhecida e a abolição da escravatura. No entanto, as condições reais da participação efetiva da população negra no país ainda é meta e enfrenta desafios como a segregação e o preconceito.     É inegável que alguns programas governamentais, como as ações afirmativas, têm mudado um pouco o cenário de exclusão racial. Para Max Weber, existem 4 tipos de ações sociais, dentre elas a racional com relação aos valores, na qual não é o fim que orienta a prática, mas sim seu significado. Analogamente, observa-se como o valor político atribuído às cotas ainda carece de muitas medidas para ser efetivo, uma vez que notam-se ações discriminatórias do próprio Estado no Congresso, com pouquíssimos parlamentares negros e em diversas esferas sociais. Desse modo, percebe-se como as oportunidades são seletivas na democracia racial que o brasileiro acredita viver.      Outrossim, destaca-se o preconceito como perpetuador da herança escravista na sociedade. Ainda citando Weber e suas ações fundamentais, pode-se falar na ação social afetiva, na qual a conduta é movida por sentimentos. Nesse contexto, nota-se como atitudes banais podem ser preconceituosas e gerar violência, como por exemplo a atuação da polícia na abordagem de jovens negros, sendo completamente distinta daquelas aos jovens brancos e de classe média. Assim, observa-se como o preconceito encontra-se enraizado na população e se manifesta no cotidiano.     Entende-se, portanto, que a sociedade brasileira do século XVI ainda precisa superar a forma como ocorreu a abolição, para poder acabar com a perpetuação da herança escravocrata. Para tanto, é necessário que o Legislativo em parceria com o Judiciário crie delegacias especializadas em crimes de injúria racial, punindo com multas e penas de prisão os ofendedores. Além disso, podem aplicar campanhas junto às redes sociais divulgando canais de denúncia e incentivando o respeito e o reconhecimento da cultura africana que faz parte do Brasil. Dessa forma, essa herança finalmente será findada.