Enviada em: 20/04/2017

Todo dia é dia do brasileiro       Partindo do seu processo histórico, desde 1922, as reflexões sobre a importância da cultura popular na construção e valorização da história brasileira se fazem emblemáticas. Enquanto no início do século XX houve a Semana de Arte Moderna, movimento que abordou todos os aspectos culturais da época, hoje, em 2017, observa-se uma vasta desvalorização das crenças, costumes e música do Brasil. Nesse sentido, é imperativo entender que, apesar de ser um quesito assegurado pelos Direitos Humanos, há pouco investimento e relevância por parte do governo e da população, respectivamente.     Em primeira instância, pode-se notar que as diversas culturas brasileiras não são amplamente valorizadas. Apesar da primeira geração do Romantismo descrever o nativo como um herói nacional, não o caracterizou de maneira ideal, visto que esse apresentava trações europeu. Logo, apesar de ser relatava, essa não foi reconhecida e muitas vezes sofre preconceito e ódio. Prova disso são os constantes casos de violência contra os índios. Aliás, essa discriminação também ocorre em afrodescendentes. Em 2015, uma menina foi apedrejada pois estava usando roupas do culto de candomblé, religião considerada demoníaca para os agressores. Esses fatos exemplificam que a falta de conhecimento cultural pode proporcionar desvalorização histórica e, consequente, discriminação.      Ademais, chega-se a uma representativa questão: educação e futuro próspero. Segundo o sociólogo Pierre Bourdieu, o capital cultural, que é o conhecimento sobre arte, música e ciência adquirido pelo indivíduo ao longo da sua vida, é proporcional ao seu desempenho em sala de aula e sucesso educacional. Nessa perspectiva, é preciso incentivar a cultura de toda a sociedade, para, assim, aumentar o número de jovens na universidade. Outrossim, um estudo realizado na Pontifícia Católica de São Paulo relatou que uma sociedade com nível superior de escolaridade tende a valorizar mais a cultura e apresentar maior preocupação com o futuro do país. Logo, com mais cidadãos nas faculdades, visto capital cultural, haverá uma melhor construção histórica no Brasil.      Fica evidente, portanto, que esse impasse requer uma abordagem equilibrada e coerente. Diante disso, mensagens de conscientização deverão ser transmitidas pelos meios de comunicação governamentais, como o programa de rádio “Hora do Brasil” para diminuir o preconceito. Além disso, cabe ao Ministério da Cultura, em simbiose com a escola, realizar visitas não só a tribos indígenas, mas também a comunidades quilombolas de forma a demonstrar os costumes e hábitos, diminuir a discriminação e violência; à família, promover visitas a museus e exposição de artes, para, a longo prazo, ajudar na criação de bagagem cultural. Somente assim será possível valorizar todas as culturas.