Enviada em: 23/04/2017

Quando, no século XVI, os europeus chegaram ao hodierno território do Brasil, encontraram os índios e, posteriormente, trouxeram os africanos como mão de obra escrava. No entanto, apesar dessas três etnias constituírem a base cultural brasileira, a sobreposição do europeu em tal período da historiografia instituiu, com o passar do tempo, o ostracismo cultural das etnias desprezadas. Com isso, a miscigenação e suas heranças culturais são fatores diretamente coligados à cultura popular pós-moderna.    Nessa perspectiva, segundo Gilberto Freyre, a interpretação da miscigenação brasileira deve dar-se pelo surgimento de um novo ser, constituinte de diversos aspectos raciais e culturais, sendo responsável pela pluralidade do país. Além disso, depreende-se que a força do povo brasileiro é proporcional aos entraves nos quais foi subjugado e, por isso, deve-se estimular o orgulho da nacionalidade brasileira mediante o conhecimento de fatos históricos.         Outrossim, para o sociólogo Stuart Hall, nenhuma cultura é pura e, em um mundo cada vez mais globalizado, o surgimento de identidades culturais não fixas consiste na absorção de práticas oriundas de diversas tradições culturais. No entanto, para o brasileiro, especialmente, isso não é -ou não deveria ser- necessário. As heranças musicais, culinárias, religiosas e ideológicas devem ser corroboradas e desmistificadas, a fim de atenuar o preconceito existente e, assim, ascender a valorização da identidade cultural dos brasileiros.         Infere-se, portanto, a necessidade de medidas midiáticas, juntamente com a colaboração populacional, que visem, principalmente, elucidar os mitos relacionados à religiosidade africana, a fim de reduzir o preconceito. Ademais, o Ministério da Educação deve produzir palestras e debates plurissignificativos, em escolas e universidades. com o intuito de promover conhecimento relacionado ao patrimônio e à memória locais. Dessa forma, o orgulho brasileiro poder-se-á ser uma realidade cultural no país.