Enviada em: 23/04/2017

Onde está o orgulho de ser brasileiro?   Ao longo da formação histórica brasileira alguns países influenciaram diretamente o comportamento da nação tupiniquim. A colonização portuguesa, os africanos trazidos para o trabalho escravo e os japoneses, alemães e italianos refugiados da Segunda Guerra Mundial trouxeram suas culturas para integrar à do Brasil. Dessa forma, o "sincretismo cultural", abordado pelo antropólogo Darcy Ribeiro, é de extrema importância para entender a origem mestiça e valorizar a pluralidade tão singular do povo brasileiro.   Essa miscigenação criou vários "Brasis" com aspectos diferentes entre cada região, de acordo com o lugar que os imigrantes se instalavam. Na Bahia, os costumes e as religiões de matrizes africanas são mais comuns, pois o Nordeste recebeu muitos cativos para trabalharem nas fazendas de açúcar; nas regiões Sul e Sudeste existem comunidades alemãs e italianas que preservam as tradições de seus antecedentes ao longo do tempo; no Norte, as influências dos indígenas, que já habitavam o país, são visíveis nas palavras, na alimentação e no cotidiano dos moradores dessa região. Assim, a multiplicidade cultural do Brasil é notável no modo de falar e vestir, na culinária, nas crenças, músicas e danças, constituindo um país de todos, rico em cultura e diversidade.   Decerto, a valorização sociocultural é essencial para que o país tenha a sua própria identidade e que seja reconhecida mundialmente, quebrando o conceito de "país do futebol e carnaval" - há muito mais para se mostrar. Por muito tempo, os poetas da Primeira Geração do Romantismo brasileiro procuraram construí-la através da figura do índio como herói. Mais tarde, a Semana de Arte Moderna também buscava a tal identidade nacional, sem a influência da estética europeia que os artistas  tanto valorizavam. Infelizmente, muitos ainda não dão a devida relevância para os costumes locais e preferem o que vem de fora, como as músicas e até as gírias, queridas principalmente pelos jovens. Assim, o samba, carimbó, frevo e mpb perderam espaço para o "pop" e "rock" internacional, e a reunião em um bar passou a ser um "happy hour".   Destarte, faz-se necessário o estímulo da sociedade para que reconheça como importante toda diversidade brasileira. Para isso, o Ministério da Cultura deve promover campanhas educativas afim de que os cidadãos participem mais da vida cultural, oferecendo e facilitando o acesso ao teatro, museu, cinema e aos livros nacionais. Cabe aos professores ensinar sobre as influências que o país recebeu, para que as crianças e jovens saibam a origem de festas folclóricas, culinária e crenças, fortalecendo a valorização dos costumes locais. Só assim, a riqueza do Brasil tornar-se-á um orgulho para todos.