Enviada em: 24/04/2017

A formação histórica do Brasil, construiu um quase inseparável cordão umbilical com a Europa. Devido a chegada e imposição cultura portuguesa, muito da cultura materna brasileira foi inferiorizada e ofuscada, enquanto as pessoas que aqui chegavam, durante muitos séculos, tentavam reproduzir o padrão de vida e o modelo cultural europeu.  No entanto, a pluralidade de formação da cultura brasileira precisa ser valorizada, uma vez que diversos outros povos que constituíram a formação do povo brasileiro construíram sua cultura popular e merecem destaque na história do país.    As heranças de uma cultura moldada nos padrão europeu refletem amplamente na conjuntura atual. Assim como no passado, os elementos populares vindo das culturas do povo nativo ou de povos não europeus, são folclorizados e invisibilizados. Emboras existam leis como a Lei 10.639, que incluem na base da educação brasileira o ensino da cultura popular, esta ainda não é valorizada como deveria. Esse fato deve-se a construção caricaturada e estereotipada desses elementos populares, ainda presos ao passado e a uma visão primitiva. Nesse contexto, tem-se como exemplo o índio, o dia 19 de abril nas escolas é um dia de pinturas, fantasias, conhecimento de uma culinária exótica, e o que observa-se é que os índios não mais vivem dessa forma. Essa é, na verdade, uma visão primitiva da cultura indígena que acaba por ofuscar seu modo de vida e cultura atual.     Nesse sentido, valorizar a cultura popular de modo a adaptar-se as suas mudanças é fundamental na construção da história brasileira. Nesse universo, é interessante a participação dos movimentos artísticos. Enquanto a primeira geração romântica tentou valorizar a cultura popular e construir uma identidade nacional de maneira caricata e ainda ligada a cultura européia, o modernismo o fez desconstruindo essa visão e apresentando uma crítica a cultura e aos padrão europeus, promovendo uma grande repercussão nacional. Mas, esse movimento reconhece que para valorizar a cultura popular é necessário despir-se do olhar de conquistador e entender que ela sofre mudanças com o tempo. Sendo assim, é importante inserir-se na pluralidade e perceber a história brasileira e as culturas que a formou seja indígena, africana, asiática como dinâmicas.     Diante da necessidade de valorização, o Estado deve adaptar as leis para uma valorização da cultura popular atual, tornando obrigatórias aulas de campo e projetos nas escolas, os quais proporcionem os alunos entrarem em contato com as culturas já modificadas, promovendo a desconstrução do esteriótipo e fazendo um estudo de evolução histórica. Além disso, a arte, como o cinema, pode produzir documentários e filmes que retratem a cultura popular brasileira atual e sua progressão histórica, aumentando o contato da população com as plurais culturas.