Enviada em: 23/04/2017

No século XIX, o romantismo brasileiro, através de autores como Gonçalves Dias, buscou por meio da literatura criar uma arte totalmente brasileira, objetivando a formação de uma identidade nacional. Nesse sentido, a cultura popular, que é o conjunto de artes, crenças, hábitos e costumes de um povo, finca as raízes de uma nação, visto que a torna única e a diferencia diante das outras. Em contrapartida, hodiernamente busca-se a homogeneização cultural, impossibilitando assim, o conhecimento que se absorve por meio das diferenças.       É indubitável que a questão da globalização esteja entre as causas da padronização de hábitos e costumes. Segundo o sociólogo Émile Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de agir e de pensar. Ao seguir essa linha de raciocínio, observa-se que o igualamento de comportamentos encaixa-se na teoria do sociólogo, na medida em que a indústria cultural, usufruindo-se da ideia de cadeia global, tenta impor um protótipo a fim de tornar o mundo homogêneo na maneira de agir e de pensar, extinguindo assim as diferenças, visando o seu próprio benefício. Com isso, torna-se essencial a divulgação, por meio das mídias televisivas e de seus programas, da diversidade existente em nosso país e de sua importância para a sua história.     Sendo assim, as diferenças abrem um leque de oportunidades para o saber. Segundo Sócrates, o homem virtuoso é aquele que possui instrução e o mal é puro fruto da ignorância humana, ou seja, a desvalorização da cultura popular é consequência da falta de informação da sociedade. A alienação para um determinado modo de vida tem levado as pessoas a discriminarem a sua própria cultura, isto é, os indivíduos por não possuírem a maestria do folclore, das danças, da culinária, etc., tornam-se leigos e hegemonizam um modo padrão de vivência, que não é o seu, excluindo assim o que é diverso.       Infere-se, portanto,  que os costumes do povo brasileiro é essencial para sua identificação e é indispensável que os conheçam e os valorizem, excluindo assim, o perigo da homogenia cultural. Sendo assim, cabe ao Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura, fazer campanhas que divulguem a história e a importância das milhares de práticas populares existentes no país. Ainda cabe às escolas realizarem feiras de conhecimentos que levem os alunos a pesquisarem sobre as diversidades de manifestações existentes nos quatro cantos do Brasil. Ademais, a sociedade deve, a partir do conhecimento adquirido pelos meios anteriores, tomar uma postura de patriotismo e valorizar aquilo que é seu, participando assim dos vários meios de demonstrações populares, além disso, devem passar para as próximas gerações o conhecimento cultural brasileiro e sua importância, para que assim possamos formar uma sociedade informada e consequentemente virtuosa.