Enviada em: 22/07/2017

Sábia cultura    Segundo Confúcio, pensador chinês do período das Primaveras e Outonos, a cultura está acima das diferenças de classes sociais. Em consonância a isso, desvalorizar a importância da cultura popular na construção da história brasileira é enfraquecer a identificação do povo com a sua terra e seus costumes. Dessa forma, observa-se que a recognição da cultura popular reflete um cenário desafiador seja a partir de reflexo histórico, seja pelo frágil modelo de educação nacional.     Com efeito, ao avaliar através de um viés histórico a culinária, as crenças e os costumes da população brasileira atual, nota-se a influência das culturas populares de outrora como a cultura negra. Exemplo disso são as escolas de samba, criadas no final dos anos 20, e que foram discriminadas ao longo de todo período da República Velha, mas que hoje fazem parte do arcabouço cultural brasileiro. Ademais, a Umbanda e a feijoada também são exemplos da presença da culturas subalternas na religião e nos hábitos alimentares hodiernos.    Outrossim, cabe ressaltar que a escola tem um papel fundamental na propagação da cultura. Entretanto, Michel Foucault, filósofo francês do século XX, afirma que a escola não prepara o indivíduo para a reflexão social, mas o aliena através de um ensino exclusivamente tecnicista. Nesse sentindo, infere-se que a escola moderna, focada em resultados práticos, está deixando de ensinar as origens históricas de elementos presentes na sociedade a seus alunos. Sob tal ótica, é indubitável que fomentar a valorização da cultura nacional nos discentes é contribuir para a manutenção das culturas de base brasileiras.   Destarte, depreende-se que as culturas populares devem ser reconhecidas e valorizadas no Brasil. Torna-se imperativo que o Estado, na figura do Ministério da Educação, promova feiras culturais em escolas e crie projetos de pesquisas e extensão em universidades sobre o tema. Ademais, urge que a mídia, por meio de novelas e seriados, transmita e propague a diversidade cultural, com propósito de levar ao conhecimento da população a origem dos seus costumes. Outrossim, ONGs deve realizar debates periódicos com líderes de movimentos culturais, a fim de instruir seus espectadores acerca da herança cultural existente no país. Apenas sob tal perspectiva, poder-se-á valorizar as culturas populares no Brasil, pois como proferido por Louis Bonald: “a cultura forma sábios”.