Enviada em: 17/07/2018

Paulo Freire, importante filósofo e pedagogo brasileiro, defendia que a educação seria o principal caminho para se chegar à democracia. Segundo ele, o saber é um instrumento de transformação dos indivíduos, capaz de torná-los cidadãos ativos, reflexivos e críticos, em especial aqueles menos favorecidos. De fato, o ensino é um grande motor de mudanças e, hoje, com o advento da educação à distância (EaD), essa proposta democrática se solidifica cada vez mais, uma vez que o conhecimento pode chegar a qualquer local pelos meios de comunicação.        Um olhar atento para a história permite perceber que o ensino à distância não é uma invenção atual: desde a Idade Média, em que barreiras geográficas e ideológicas dificultavam a aprendizagem, grupo de homens conhecidos como "professores itinerantes" se deslocavam de feudo em feudo para levar conhecimento aqueles que pudessem pagar. Todavia, na contemporaneidade, com a globalização e o desenvolvimento da sociedade em redes, o ensino pode ser acessado pela Internet, espaço em que são ofertados milhares de cursos profissionalizantes. Esses meios alteram o conceito de presencialidade do educador, bem como a sua maneira de ensinar: com apenas uma câmera, a mesma aula pode ser assistida várias vezes por milhares de pessoas em qualquer lugar do mundo.       De acordo com os dados do Ministério da Educação (MEC), foram registradas entre os anos de 2003 e 2013 mais de 1,1 milhões de matrículas em cursos superiores à distância. Além da flexibilidade oferecida aos alunos, a qualidade e o preço são grandes atrativos. Engana-se aquele que duvida da eficácia de tais plataformas: a grande maioria se equipara e, em alguns casos, sobressai-se às aulas presenciais, pois beneficiam o aluno com recursos didáticos organizados e mecanismos de autoaprendizagem.        Torna-se evidente, portanto, a importância do ensino à distância quanto à sua relevância no compartilhamento do conhecimento, promovendo uma formação sistêmica e democrática. Assim, vê-se a necessidade de medidas que incentivem a perpetuação dessa modalidade. Em primeiro lugar, é fundamental que o órgãos públicos, a exemplo o próprio Ministério da Educação, crie mais espaços digitais ofertando cursos grátis aos cidadãos, nas mais diversas áreas do saber, para que cada vez mais pessoas possam ter ensino de qualidade e iguais oportunidades de trabalho. Ademais, cabe à mídia transmitir, pelo menos uma vez na semana, palestras sobre algum tema relevante, como outrora feito pelo projeto Telecurso 2000, tanto para fins de distração quanto de informação, instigando a curiosidade e a busca pelo estudo. Só assim, como já defendido por Paulo Freire, a educação será libertadora.