Enviada em: 17/07/2018

No limiar do século XVIII, constata-se que houve o marco inicial da educação à distância (EaD). Em um anuncio do editorial “Gazeta de Boston”, um professor divulgou um curso especial, no qual era oferecido material para ensino e tutoria por correspondência. Nesse contexto, percebe-se que esse modo de ensino não é algo exclusivo da sociedade contemporânea, todavia, hoje, com o advento da era digital, houve um crescimento sem precedentes dos cursos EaD. Com efeito, deve-se analisar as vantagens que possibilitam a democratização desse modo de ensino, bem como os efeitos negativos.    Em primeira instância, a Revolução Técnico-Científico-Informacional, viabilizada no século XX, modificou o cenário das relações humanas, sobretudo no campo da computação. O avanço das tecnologias permitiu que houvesse uma democratização do acesso aos meios digitais, possibilitando, dessa maneira, o aprimoramento dos modos de ensino. Nessa conjuntura, a educação à distância surgiu com o objetivo de garantir o acesso a uma educação ampla e de qualidade de forma extremamente flexível, permitindo aos estudantes o ingresso ao ensino superior de forma integrada e cômoda. Destarte, há a possibilidade de mudar o panorama da educação brasileira, visto que, segundo dados do IBGE, apenas 15% dos adultos, no Brasil, possuem ensino superior. Logo, a educação à distância aparece como uma alternativa viável e concreta para superar essa problemática.       Sob outro ângulo, a facilidade do acesso aos cursos técnicos e superiores no formato EaD têm influenciado a adesão de inúmeras instituições a esse modo de aprendizado. No entanto, embora seja um fator importante o aumento de indivíduos no ensino superior, constata-se que, em grande parte das instituições, o caráter mercantil no qual o ensino à distância tem adquirido faz com que a qualidade de ensino seja contestável, visto que muitas escolas facilitam a abertura de novas turmas com o intuito de gerar mais lucro. Em consequência disso, há um prejuízo na formação intelectual dos indivíduos, o que reflete na geração de profissionais desqualificados, havendo danos não somente aos futuros formados, mas também ao país que perderá mão de obra qualificada.       Fica claro, dessa forma, que a educação à distância representa uma alternativa importante para o desenvolvimento educacional brasileiro, porém, deve haver um controle para que a qualidade seja garantida. Diante disso, cabe ao Ministério da Educação, em conjunto às Secretarias da Educação de cada região, organizar comitês que se responsabilizem por monitorar as instituições que oferecem ensino técnico e superior no formato Ead. É imprescindível o acompanhamento e fiscalização dos cursos ofertados, bem como o conteúdo programático de cada professor, para que, assim, a qualidade de ensino seja garantida e, consequentemente, a democratização do conhecimento seja ampla.