Enviada em: 26/07/2018

"Não é aceitável um modelo educacional em que alunos do século XXI são 'ensinados' por professores do século XX, com práticas do século XIX". A frase é de José Pacheco, idealizador da Escola da Ponte em Portugal, discutindo sobre a necessidade de evolução das metodologias de ensino com o decorrer do tempo. De fato, no que diz respeito ao desenvolvimento da educação à distância no Brasil, considera-se um grande avanço. Logo, percebe-se a importância dessa modalidade, uma vez que cresce consideravelmente no país.  Deve-se pontuar, de início, que para entender a relevância do novo método, é necessário atentar-se para as características do modelo tradicional. Dessa forma, no ensino presencial, os estudantes precisam estar no mesmo espaço, recebendo o mesmo conteúdo ao mesmo tempo, sendo obrigados a respeitarem os horários fixos. Ademais, a escola é vista como um templo, com seus rituais e solenidades. Por outro lado, a modelo à distância é transmitido por meios tecnológicos, como a internet, permitindo aos alunos decidirem os horários de estudos com um maior aproveitamento das aulas. Outrossim, minimiza questões como o deslocamento e permite o acesso daqueles que sofrem com a falta de tempo. Nesse sentido, além da flexibilidade, surgem várias outras vantagens que evidenciam a importância dessa modalidade.  Dentre outros efeitos, o que mais se destaca é a democratização do ensino no Brasil. Em um cenário de desigualdade e má gestão dos recursos públicos, nem todos conseguem pagar um curso presencial, além disso, poucas cidades possuem educação superior. Assim, a nova modalidade é capaz de romper barreiras geográficas, sociais e culturais, fazendo com que todos possam usufruir do direito à educação. Prova disso é a alta taxa de crescimento, segundo o Ministério da Educação, em 2014 a quantidade de matriculas no ensino à distância representou um terço do número total. Entretanto, a maioria pertence a instituições particulares. Desse modo, apesar da relevância, ainda existem muitos pontos que precisam ser aperfeiçoados.  Em suma, é notável a relevância que o novo método têm causado no Brasil, mas, ainda assim é possível melhorar em muitos detalhes. Logo, cabe ao Ministério da Educação um maior investimento voltado para a implantação da modalidade em universidades públicas, sem deixar, claro, de atentar para o ensino presencial, de modo a maximizar o acesso à educação para que todos possam gozar desse direito fundamental. Além disso, a mídia pode incentivar os profissionais da área à buscarem mais qualificação, e, consequentemente, inovarem cada vez mais. Para que, de fato, as práticas criticadas por José Pacheco permaneçam sempre atualizadas.