Enviada em: 30/07/2018

No livro " O diário de Anne Frank", a autora expõe as dificuldades da vivência em um esconderijo durante a Segunda Guerra Mundial e , para passar o tempo, consegue complementar  seu método de aprendizagem com cursos a distância. Nessa realidade, não tão somente em uma narrativa histórica, verifica-se a importância da educação à distância para a sociedade .Sob esse ângulo, cabe analisar as barreiras sociais e políticas para compreender a problemática no contexto brasileiro.      Em primeira lugar, é indubitável que preconceitos, perpetrados pelo corpo social, constituem um dos obstáculos para o pleno desenvolvimento da temática.Dessa forma, de acordo com o renomado filósofo Voltaire, os tabus imortalizados são condutas não submetidas a razão.Partindo desse pressuposto, a comunidade nacional, dotada de irracionalidade e intolerância, propaga a ideia mitológica que a educação por meios não presenciais é um modelo pouco didático. Logo, desmotivados pela carga horária laboral, já que a maioria dos estudantes são adultos ou não têm condições básicas para arcar com o custo de uma faculdade presencial, e pela discriminação vigente, a evasão é um ponto crescente e preocupante.     Em segundo plano, o Brasil já tem uma legislação precisa que legitima os pontos principais para disseminar o novo modelo educacional - a Lei de Diretrizes e Bases em 1996 e o decreto-lei em 2005- porém a medida não é suficiente. Nesse âmbito, consoante ao pensamento de Arthur Lewis ,economista britânico, a educação é o investimento primordial para o desenvolvimento do país. No entanto, a máxima do pensador tem sido contrariada diariamente, haja vista o vilipêndio da EaD , com o sucateamento dos polos e a carência de informatização de professores e alunos. Assim sendo, configura-se um cenário caótico , necessitando-se aliar a democratização do ensino universitário com a melhoria ao acesso tecnológico, tendo em vista a dinâmica já apresentada na atualidade, baseada na qualificação digital.      Urge , portanto, a aplicação de métodos mitigadores para resolver o impasse. Com isso, é essencial que o Ministério da Educação, em conjunto com a mídia, propague a valorização do ensino virtual, que rompe com barreiras geográficas, por meio da promoção da ficção engajada, com a criação de uma plataforma na internet que aborde o assunto, com a finalidade de quebrar preconceitos e informar como funciona o método supracitado .Ademais, é necessário que os três poderes realizem, em conjunto com as universidades, uma maior dinamização e reconstrução da EaD, através da capacitação tecnológica de docentes e criação de conteúdos cada vez mais interacionais. Poder-se -á, então, concordar com a premissa de Epiteto: " só a educação liberta".