Enviada em: 06/08/2018

Segundo Monteiro Lobato, ‘’Um país se faz de homens e livros". Tal pensamento é coerente à sua época, no início do século XX, mas diverge do modelo educacional atual, que estende seus limites para além dos papeis e da sala de aula. Desse modo, hoje é possível, através da modalidade de educação à distância (EAD), aprender em casa, apenas com a internet, e obter um diploma. Contudo, esse modelo tão promissor enfrenta desafios que vão além da adaptação.    Deve- se pontuar, inicialmente, que é indubitável destacar o papel de inserção ou reinserção de jovens e adultos na educação e, posteriormente, no mercado de trabalho, por meio dessa modalidade de ensino. E, apesar do escasso incentivo financeiro do poder público o que leva, muitas vezes, à evasão dos alunos, a educação à distância é um importante fator de inclusão e democratização do ensino brasileiro. O "Telecurso", por exemplo, um dos pioneiros nesse ramo, foi responsável pela educação regular e qualificação profissional de milhares de brasileiros, na época, por meio da fita cassete, o que demonstra a evolução rápida e dinâmica da EAD.   Ademais, percebe-se que apesar dessa revolução positiva nos meios de aprendizagem formal, esse sistema não gerou melhorias profundas na educação brasileira. Isso se deve, em suma, à supervalorização da educação formal, a qual despreza as capacidades individuais do aluno, a difícil adaptação de estudantes que estão longe das salas de aula há muito tempo ou que nunca sequer frequentaram uma e a avidez das instituições que nem sempre oferecem um serviço de qualidade por lucro, transformando o ensino em comércio.   Entende-se, portanto, que as dificuldades enfrentadas pelos alunos à distância os afasta dos livros e das plataformas de educação online. Para minimizar isso, é necessário que o Ministério da Educação invista em instituições à distância gratuitas e incentive financeiramente, por meio de financiamentos, alunos de baixa renda que precisam trabalhar e estudar. Além disso, fundações educacionais, como a Lemman, devem fornecer reforço online nos conteúdos de maior dificuldade para os estudantes e aulas interdisciplinares que integrem o conhecimento formal ao cotidiano. Nesse sentido, por intermédio de um ensino inovador, será possível constituir cidadãos instruídos e prontos para o mercado de trabalho.