Enviada em: 17/10/2018

No atual terceiro milênio, a partir do aperfeiçoamento dos aparatos tecnológicos e da massificação da internet, a educação brasileira tem sido dinamizada, aflorando, assim, o sistema de ensino à distância (EaD). Todavia, apesar de possuir mérito abrangente, que vai desde a flexibilidade dos preços e horários à facilidade de inclusão social e de acesso, o sistema EaD, no Brasil, ainda enfrenta preconceitos, além de represar a escassez em pesquisas para aperfeiçoamento da metodologia e em capacitação profissional, o que atrasa o atendimento das novas demandas educacionais existentes.       De fato, é crescente o número de indivíduos que têm ingressado em cursos superiores a partir do uso de sistemas digitais, por meio de cursos online, os quais, segundo o Ministério da Educação, devem ser responsáveis, em cinco anos, por cerca de metade das matrículas na educação superior brasileira. Nesse contexto, o processo EaD desponta como um verdadeiro instrumento de educação inclusiva, permitindo que sujeitos de estratos sociais e econômicos múltiplos suprimam empecilhos geográficos, financeiros e temporais para ingressar no ensino superior e, assim, garantir vagas no mercado de trabalho. No entanto, apesar de a Lei de Diretrizes e Bases ter legitimado o ensino à distância no Brasil, são muitas as empresas que recusam a contratação de profissionais formados pelo sistema não presencial, presumindo que tais indivíduos sejam menos qualificados, ato que é ilegal.      Ademais, o sistema EaD tem capacitado cerca de 15 milhões de brasileiros, segundo dados recentes da revista Veja. No entanto, ainda que o número seja expressivo, há precariedade notória no nível de refino educacional ofertado por vários centros educacionais online, em que muitos destes arquitetam preços de grande atratividade em detrimento do requinte pedagógico. Desse modo, apesar de o Brasil destinar 5,5% do PIB para a educação, contingente superior aos índices da Finlândia -país de renomado ensino-, ainda é falha a gestão de verbas para a sistematização coerente de professores e materiais oferecidos pelos núcleos de ensino à distância no Brasil, bem como é superficial a fiscalização de qualidade institucional feita pelo MEC, o que é deletério à formação dos discentes.       Portanto, a fim de estruturar uma perspectiva de crescimento sadio para o sistema de EaD no Brasil, é fulcral que o Governo passe a alocar efetivamente os recursos para o ensino, fiscalizando de forma mais polida os métodos de magistério e o histórico de formação dos professores, treinando os docentes para que dominem e usem as novas tecnologias a seu favor. Além disso, as empresas devem validar seus candidatos sem distinção, banindo o preconceito, posto que não há comprovação científica de que a educação à distância seja inferior à  presencial, com o fito de avaliar de maneira consistente e honesta a aptidão de seus profissionais, oferecendo estímulo à constante atualização destes no ramo.