Enviada em: 05/06/2019

O filme ''Que horas ela volta?'' de 2015, mostra a realidade de pernambucana Val, que se muda para o estado de São Paulo, para trabalhar de empregada doméstica, a fim de dar uma melhor condição de vida a sua filha Jéssica. Val não consegue voltar ao interior do Pernambuco para ver sua filha, que, já adulta vai para São Paulo, a encontro da mãe para prestar vestibular. Em paralelo à ficção, no Brasil, a família é cada vez mais ausente do desenvolvimento educacional das crianças. Diante disso, deve-se analisar como a alta carga horária de trabalho dos pais e a centralização do ensino no país causam a problemática em questão.    Primeiramente, a alta carga horária de trabalho no Brasil, é um dos causadores do problema da ausência da família no desenvolvimento educacional das crianças. Isso acontece porque, os pais por sua maioria, no Brasil, são trabalhadores das classes médias e baixas, trabalham em média dez horas ao dia. Além de cuidarem das tarefas do lar e trabalhos complementares, o que acaba os distanciando da educação dos filhos, como no caso da empregada doméstica Val, que não conseguiu acompanhar de perto o desenvolvimento educacional da filha. Consequência disso, a criança é bastante desestimulada ao estudo, devido a falta de indução pela família, além de que, na maioria das vezes, a criança tem de ajudar os pais no trabalho e acaba largando a escola muito cedo, por acreditar que a educação está muito distante da sua própria realidade.     Além disso, a centralização do ensino no Brasil é um dos causadores da ausência da família no desenvolvimento educacional das crianças. As escolas no Brasil se encontram cada vez mais dentro das grandes metrópoles, e no interior o ensino é cada vez mais escasso, como no caso da filha de Val, que teve de se mudar para a cidade de São Paulo para prestar vestibular. Logo, para ter melhores condições de ensino, as famílias que moram em regiões metropolitanas não podem acompanhar os filhos nas escolas, e muitas vezes nem mesmo comparecer as reuniões escolares devido a distancia. Exemplo disso é a total dependência do transporte público das famílias que moram em regiões metropolitanas.     Portanto, é mister que o Estado tome providências para superar o quadro atual. Para encaixar o horário dos pais com o das escolas urge que o Ministério da Educação e Cultura (MEC), por meio de uma flexibilização dos horários escolares, passe as reuniões escolares com os pais para os finais de semana, para que os pais acompanhem o desenvolvimento escolar dos filhos. Ademais, as prefeituras, em parceria com as escolas, devem realizar palestras e campanhas sobre o assunto, afim de conscientizar os pais em relação a importância de acompanharem a vida escolar dos filhos.