Enviada em: 12/06/2019

O sociólogo positivista Émile Durkheim estudou o fato social aos olhos da teoria da socialização, a partir da qual analisou o papel das instituições familiar e escolar na formação social do indivíduo. Desse contexto, emerge, como herança da análise, discussões acerca do impacto das ações da família no desenvolvimento educacional, associado à estruturação e fortalecimento das diversas áreas cognitivas e a constituição de relações mentais. Nesse sentido torna-se vital compreender e defender a família enquanto agente promotor do desenvolvimento educacional infantil, seja devido aos impactos da sua ausência às bases psicossociais da criança, seja pelo auxílio promovido às ações escolares.       No que concerne ao primeiro tópico, é válido salientar que a ausência do empreendimento familiar na educação do jovem causa danos à formação social o que impede o desenvolvimento educacional coerente. Para elucidar essa questão, a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa defende como bases psicossociais as experiências de formação, adquiridas pelo contato com a família e com o meio social, que estruturam o entendimento, as atitudes e o posicionamento do sujeito inserido na coletividade. Posto isso, a carência das interações familiares direcionadas compromete a edificação de bases sólidas para seu desenvolvimento, o que impede a promoção de uma atitude ativa perante as atividades disciplinares, causando impactos prejudiciais no progresso educacional da criança.       Já em relação ao segundo ponto, é coerente pensar na condição inerente à família de simuladora de relações e introdutora da sociedade e suas influências na formação educacional. No que tange esse ponto, o médico e escritor Içami Tiba elabora a "teoria da integração relacional", essa que parte da máxima de que a família detém um papel vital ao desenvolvimento do cidadão, praticando em casa o que deverá ser feito no meio social. A partir disso, a interação familiar colabora na formação educacional da criança na medida em que, conhecimentos práticos, fornecidos dela, são associados aos saberes institucionais, oriundos da escola, e contribuem para a construção de hábitos e comportamentos tais como o altruísmo, empatia e responsabilidade ética, financeira e moral.        A par do que foi exposto, cabe uma reflexão acerca de medidas capazes de incrementar o papel da família no desenvolvimento educacional infantil. A respeito disso, é dever das escolas, em parceria com as famílias e com a comunidade, por em prática a "educação a seis mãos", a qual busca integrar o indivíduo ao meio relacional, auxiliando nas suas atividades elementares e formação estudantil. Isso pode ser feito por meio de encontros entre a escola e os familiares e do diálogo entre o grupo familiar e a comunidade, buscando um engajamento visando a formação e proteção do jovem. Tudo isso com o objetivo de promover a formação do caráter e a construção e fortalecimento de opiniões pelo infante.