Enviada em: 14/10/2017

Família: todos têm, nem todos veem      Entre os efeitos da modernidade líquida mencionada por Bauman, que se baseia em um período em que as relações humanas esvaem-se, ressalta-se a diminuição da atuação da família no âmbito educacional. Isso decorre, sobretudo, da precária presença dos pais e também da má qualidade dessa presença. Sendo assim, torna-se importante o debate sobre a sua importância nesse contexto.     Com efeito, o apoio familiar durante o período escolar é fundamental para a persistência de bons resultados e para o prolongamento do estudo com o ingresso em unidades de ensino superior. Por meio do acompanhamento por parte dos pais, há um incentivo para a visão da escola como ambiente sério. Segundo o filósofo Arthur Schopenhauer, todo ser humano toma o campo de visão como limite. Por conseguinte, a visão da escola como ambiente sério induziria à persistência.     Outrossim, a educação familiar é de extrema importância para a visão social dos filhos, porquanto o primeiro contato de transmissão de conhecimento e de valores são com os pais. Dessa forma, problemas relacionados à homofobia, xenofobia, ética e machismo são inicialmente tratados ainda no lar. Segundo a escritora Hellen Keller, o resultado mais sublime da educação é a tolerância. Tal tolerância relaciona-se à aceitação do "diferente", isto é, ao reconhecimento de direitos.   Destarte, infere-se que a presença da família é essencial para o progresso da sociedade e que medidas devem ser adotadas para a sua consolidação. No âmbito civil, instituições sociais devem promover debates e conferências sobre os efeitos da ausência da família no resultado escolar com o intuito de gerar a participação. No âmbito federal, o Ministério da Educação deve ressaltar a importância da família no combate aos grandes problemas sociais persistentes a fim de ampliar o cenário.