A família é a base da sociedade. É nela em que o indivíduo apercebe-se, primariamente, como mais um ser de um todo complexo. É nela que geralmente se tem as primeiras impressões de si mesmo como um reflexo de interação estímulo-resposta. Sua importância é crucial para o bom desenvolvimento educacional das crianças devido a sua forte influência para os aspectos formadores da personalidade, e quando a família vai mal, seus reflexos negativos na educação são inevitáveis. A educação brasileira visa o pleno desenvolvimento cognitivo-intelectual e social do educando e isso abrange diversas interações, inclusive familiares, justamente porque a família tem o poder de atribuir diversos repertórios às crianças. A maneira como uma criança encara a vida escolar tem muito da contribuição familiar, mesmo que essa contribuição não seja positiva. A evasão escolar, as reprovações e o pouco caso com a própria construção para o ser-independente é, na maioria das vezes, consequência de um ambiente familiar hostil para as interações psicológicas e afetuosas. E essa hostilidade pode ter várias raízes, como: a vida corrida da sociedade contemporânea e o excesso de atribuições que as pessoas têm e sua consequente terceirização da educação das crianças. Embora a escola trabalhe em prol do pleno desenvolvimento da criança, ela não pode ser usada como empresa terceirizada para ofertar à criança o que ela deveria ter dentro de casa: atenção, diálogo sobre como a educação permeia os vários aspectos e fases de desenvolvimento da vida e afetuosidade. A escola não só pode, mas deve ser trabalhada nesse aspecto, mas não ter para si a única responsável e nem a responsável maior. O papel de prover cabe à família, o de fiscalizar cabe à todos os membros da sociedade e o de cobrar e garantir, do Estado. Campanhas educativas e massivas sobre a importância do planejamento familiar e suas consequências, com orientações e dicas, deveriam permeiar todos os ambientes sociais devido a sua enorme importância na vida social.