Sigmund Freud, o criador da psicanálise, afirmava que as experiências da infância são determinantes na formação do indivíduo. Ao mesmo tempo, José Lins do Rego em “Menino de Engenho” descreve essa fase da vida como um período de curiosidade e descobertas. Destarte, é evidente que a família possui um papel fundamental na educação das crianças, seja no acompanhamento escolar, seja na transmissão de valores ou ainda, na prevenção de determinadas problemáticas que impactarão negativamente a vida do futuro adulto. Primordialmente, segundo Paulo Freire, educar não é transmitir conhecimento, mas criar condições para sua própria construção. Diante disso, a família, em parceria com a escola, possui atribuições que auxiliam o educando na construção do pensamento crítico e da autonomia do intelecto. Portanto, os familiares ou responsáveis pela criança precisam estar atentos à qualidade do desempenho escolar, ajudando a identificar e solucionar problemas de aprendizado e dificuldades psicomotoras, além de incentivar desde cedo a prática do conhecimento adquirido. Assim, através da conversão da informação em habilidade, a educação pode efetivamente cumprir seu papel transformador. Outrossim, para atingir o estado de coesão social defendido por Émilie Durkheim, as instituições sociais, dentre elas a família, devem ser capazes de repassar ao indivíduo determinadas normas da vida em comunidade. Logo, é no ambiente familiar, o primeiro espaço de socialização, o local onde a criança internaliza a cultura, as noções das leis e os costumes e, por meio de exemplos positivos, aprende valores como o respeito à diversidade e a consciência ambiental. Ademais, é válido ressaltar que problemáticas comuns na juventude como o bullying, o uso de drogas e a depressão relacionam-se intrinsecamente com a ausência dos pais e a um ambiente familiar desagregado por fatores como abusos, violência doméstica ou falta de recursos financeiros. Diante do exposto, é imperioso que o Ministério da Educação, através da veiculação de propagandas publicitárias nas diversas mídias, ressalte a importância dos pais e familiares na formação da educação dos filhos, alertando também para os resultados da negligência. Igualmente, as prefeituras devem ampliar o envio de assistentes sociais às áreas vulneráveis e carentes, a fim e garantir que as famílias mais pobres possuam recursos materiais e emocionais para prover uma educação de qualidade, através da ampliação, caso necessário, dos programas de transferência de renda para tal fim.