Enviada em: 17/07/2019

O Brasil do século XIX foi palco de um grande movimento político e social: o abolicionismo. A partir desse marco, os negros brasileiros foram sendo cada vez mais reconhecidos como cidadãos e tiveram seus direitos determinados por leis. Esse cenário mostra o quão importante é a participação política da sociedade e como ela traz impactos positivos à nação. Todavia, ainda são poucos os casos de empoderamento social no país como foi no abolicionismo. Dessa forma, a cidadania não é plena.     Primeiramente, é preciso entender como se dá o envolvimento dos brasileiros com a administração pública. Embora Aristóteles tenha evidenciado que o homem é um ser político e detentor da cidadania, esse conceito não se manifesta claramente no Brasil. A política, para muitos, é restrita aos políticos partidários - como senadores e prefeitos, por exemplo -  e que é de incumbência deles resolver os problemas da nação. Dessa forma, além da cultura de  "profissionalização" da política estabelecida, configura-se um cenário apático em que a cidadania se resume no voto às urnas.    Em decorrência da falta de protagonismo social nas questões de cunho político, verifica-se um Estado que não atinge a todos e não promove amplamente os direitos no país. De acordo com Weber,  se a política é um meio de exercer poder, os brasileiros não o estão exercendo. Com isso, ao passo que o povo canarinho concede o dever administrativo a poucos, não expõe suas próprias necessidades. Assim, há defasagem na efetivação de direitos dos cidadãos e da ampla cidadania. Além disso, o poder de decisão nas mãos de poucos, possibilita os casos de corrupção que vêm afetando o Brasil.    Em face do exposto, percebe-se que a baixa atuação política dos brasileiros gera impactos negativos sobre a própria sociedade. Para amenizar a situação, é preciso mudar a visão dos brasileiros acerca da política. Nesse sentido, o MEC pode promover a politização nas escolas, com o auxílio de professores de sociologia e filosofia, por meio de incentivo a eleições anuais de grêmios estudantis com alunos do ensino fundamental e médio. Assim, crescerá o interesse por causas sociais ao longo dos anos. Somado a isso, o mesmo Ministério, em parceria com a televisão aberta, pode produzir peças midiáticas que estimulem a sociedade a se organizar por meio de reuniões ou associações de bairros, a fim de buscar pela efetivação de seus direitos junto ao poder público.