Enviada em: 27/08/2019

Aristóteles, importante filósofo grego da Antiguidade, argumentava que cidadão é aquele que participa ativamente da política, buscando formas e meios para melhorar seu sistema.Nesse viés, é essencial a participação da sociedade civil no âmbito político nacional. Entretanto, no Brasil contemporâneo, alguns entraves impedem a efetuação plena disso, a destacar a crise de representatividade e a falta de formação educacional sólida sobre esse assunto, o que é maléfico para toda a sociedade.  É válido ressaltar, primeiramente, que a descrença do povo frente ao cenário governamental é um problema que acarreta o pouco envolvimento da população nesse panorama. Nesse sentido, os cidadãos, por não serem bem representados, não possuem o sentimento de compromisso e responsabilidade sobre a administração do país. Ademais, um dos reflexos dessa crise de representatividade é o tratamento ao voto como apenas uma obrigação imposta pelo Estado, o que resulta na ida às urnas, contudo sem escolha de candidatos. Prova disso, são os dados do jornal El País que demontram que o número de votos brancos e nulos sofreu um aumento nas últimas eleições. As consequências, por sua vez, são a restrição da atuação cidadã apenas ao voto, além de poucas cobranças depois das eleições o que resulta em insuficiente participação nas decisões do país.  Cabe analisar, também, que conforme o pensamento do célebre filósofo Immanuell Kant: "É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade." Sob essa ótica, o papel das escolas não se restringe a apenas passar conhecimentos tradicionais ,mas sim, desenvolver a formação crítica, cidadã e política dos indivíduos, as quais devem orientar seus alunos para o convívio em sociedade. Todavia, as instituições educacionais tratam os indivíduos como meros acumuladores de informações e executores de tarefas e não como os agentes sociais que eles realmente são.  Desse modo, a maioria dos jovens decoram muitas fórmulas de química e matemática, porém desconhecem as funções de deputados, senadores e vereadores, por exemplo. Por conseguinte, em razão do escasso conhecimento sobre assuntos políticos, há a reduzida consciência da relevância da participação da sociedade civil nesse âmbito.  Portanto, a participação dos brasileiros na política é importante para a total efetivação da cidadania. Cabe ao Ministério da Educação implementar nas escolas uma disciplina de educação política, não embasada em ideologias.Para isso, por meio de aulas, debates, e palestras, os educadores das áreas de ciências humanas, principalmente, deverão ensinar sobre o papel de cada instância de poder (legislativo, executivo e judiciário) e dos ministérios vigentes no país. Além disso, a partir de fóruns educativos deve-se orientar sobre a  história e importância do voto para a nação.