Enviada em: 18/05/2019

Promulgado em 2003, o Estatuto do Idoso representa um marco legal no Brasil no que diz respeito à promoção da melhoria da vida da população anciã. Ao longo de seus artigos, a Lei prevê os direitos da população mais velha em áreas como alimentação, saúde e esporte. Entretanto, apesar desse avanço, ainda é incomum ver, na sociedade, idosos exercitando-se fisicamente. Desse modo, o reconhecimento da importância da prática de atividades físicas como fator relevante qualidade de vida de idosos é um desafio. Nesse contexto, deve-se analisar como a falta de políticas públicas por parte do Estado e a inércia do núcleo familiar contribuem para a criação de idosos sedentários e pouco ativos fisicamente.     Primeiramente, a ausência de ações governamentais que aliam a população idosa à práticas de atividades físicas é a principal responsável pela baixa adesão de idosos a exercícios corporais. Isso ocorre porque o Estado, ao ignorar o potencial dos mais velhos, trata essa parcela dos brasileiros como indivíduos pouco interessados em atividades físicas, o que leva a administração pública a desconsiderar a criação de políticas dessa natureza. Em decorrência dessa omissão, o Estatuto do Idoso torna-se falho em aplicabilidade prática, um vez que os dispositivos previstos que tratam do direito ao esporte e à saúde não são cumpridos por meio de planos que reconheçam a importância da movimentação do corpo para os idosos.       Além disso, atrelado à baixa promoção de atividades físicas por parte do Estado, o comportamento inerte de parcela das famílias brasileiras também é responsável pelo sedentarismo na terceira idade. Isso decorre do caráter passivo que a imagem do idoso tem na sociedade brasileira, que faz com que a família não o estimule e não o oriente a realizar atividades físicas. Por consequência dessa inércia, o ancião é condenado a permanecer ocioso. Sob esse aspecto, John Locke, filósofo inglês, diz em sua teoria da tábula rasa: ''O ser humano é como uma tela em branco, preenchida por experiências e influências''. Logo, percebe-se que o estímulo por parte do meio social do idoso é essencial para fazê-lo adotar um comportamento ativo e positivo para sua qualidade de vida.      Torna-se evidente, portanto, que é papel do Estado e da família fazer da prática de atividade física uma realidade na vida dos idosos. Em razão disso, o Ministério da Saúde (MS) deve, a fim reduzir os índices de sedentarismo na terceira idade, contratar educadores físicos, por meio de concurso público, para comandarem atividades físicas voltadas para os longevos, como exercícios laborais e aeróbicos. Tais práticas devem ser realizadas em praças e ginásios escolares, em todas as regiões do país. Ademais, o MS necessita também ofertar palestras realizadas por médicos geriatras à família e ao idoso, com o objetivo de conscientizá-los sobre a importância e benefícios de movimentar-se na velhice.