Enviada em: 07/06/2019

O processo de envelhecimento é caracterizado por várias transformações progressivas e irreversíveis em função do tempo, nesse cenário a prática de atividades físicas mostram-se imprescindíveis, por estar intrinsecamente conectada a qualidade de vida do idoso. Isso se deve a endorfina, uma substância natural produzida pela glândula hipófise no cérebro, cujo potencial revela-se no estímulo da sensação de prazer, e consequentemente, atribui maior disposição física e mental no indivíduo, desencadeando melhoras do humor, da memória e da concentração. Tópicos pertinentes ao envelhecimento, pois há um ideário popular contraproducente que a terceira idade é o fim da vida, em que a pessoa idosa não tem mais condições de realizar as tarefas que sempre executou, algo que os desencorajam a tentar novas práticas, como a atividade física, por exemplo.     A priori, é imperioso destacar o êxito da nadadora Laura de Oliveira, atual recordista mundial de natação nos 50 m peito, na categoria 100-104 anos, que refuta o pensamento de que a indisposição está atrelada a velhice. No entanto, casos como o de Laura, não são tão frequentes no Brasil, pois abatidos por doenças oportunistas, pela falta de incentivo e pela carência urbana de espaços para prática de atividades físicas, a terceira idade não se exercita. Segundo o IBGE, em 2015 13,4% das pessoas com 60 ou mais, praticavam algum tipo de esporte.      Por conseguinte, é comum observar a prevalência de cardiopatias nessa fase da vida, de acordo com o Ministério da Saúde, doenças coronárias são responsáveis por 80% das mortes de idosos. Dessa forma, é premente associar exercícios físicos com a manutenção dos sistemas cardiovascular e respiratório, e uma consequente sobrevida de qualidade associada ao bem estar físico e mental, em vista da ação supracitada da endorfina.     Portanto, é mister que o Estado tome providências para superar o problema e melhorar o quadro atual. Ao averiguar a prática insuficiente de atividades físicas, depreende-se as raízes da prevalência de cardiopatias da terceira idade. Logo, compete ao Ministério da Saúde elaborar, e suas respectivas secretarias executar, um programa que conte com a instalação academias urbanas em praças, incentive e promova a saúde na terceira idade, por meio de pesquisas populacionais para traçar o perfil da população idosa de cada região, dessa forma priorizar locais mais carentes e contempla-los com êxito. Outra medida seria a criação de grupos municipais, pelos mesmos órgãos executores citados, com idosos que executassem com agentes da saúde, atividades físicas em grupo. Nessa conjuntura, mitigar a ocorrência de mortes por doenças oportunistas, inibindo sua gênese a partir de ações governamentais descentralizadas, de modo a melhorar a qualidade de vida dos idosos.