Enviada em: 20/08/2018

Comida no lixo          Um assunto que está ganhando relevância no país nos últimos anos, é a importância e os desafios de extinguir o desperdício de alimentos no Brasil. Os desafios estão relacionados a várias situações como as etapas de colheita, transporte, comércio e a falta de informação da população em relação ao aproveitamento do alimento de forma integral e as consequências econômicas e ambientais que o desperdício causa.          Conforme uma pesquisa feita pelo site Georick, em 2016, o Brasil é campeão mundial em desperdício de alimentos. Dos 43,8 milhões de toneladas anuais de lixo geradas no país, 26,3 milhões de toneladas são de comida, quantidade suficiente para sustentar 30 milhões de pessoas em um ano. O esbanjamento de alimentos começa no plantio com um descarte de 20% do produto final, logo depois vem o transporte com uma perda de 8% e na parte da indústria 15%. Além disso, inúmeros são os exemplos de ''restos'' de alimentos de alto teor nutritivo que, na preparação de refeições, acabam indo parar na lata de lixo: casca de ovo, semente de abóbora, isso acontece pela falta de informação que a população tem a respeito desse assunto.                   Outrossim, quanto mais alimento jogado fora, mais caro ele fica. Inclusive foi baseada nessa lógica de mercado que, na década de 1930, no Brasil, a produção de café em excesso foi queimada para gerar lucro. Conforme o site Iguiecologia, em escala mundial, o desperdício de alimentos custa 750 bilhões de dólares por ano. Outra consequência é a ambiental boa parte dos agrotóxicos, água, terras, fertilizantes, desmatamento, transporte, gastos de energia e petróleo para a produção de máquinas e combustíveis empregados em todos processos da agropecuária é utilizada em vão. Isso faz com que seja necessário intensificar ainda mais a produção e, consequentemente a pressão ao meio ambiente.                   Portanto, os supermercados deveriam rever as regras para aquisição de produtos dentro de um determinado padrão estético. Uma possível saída seria a criação de seções com alimentos de diferentes padrões e preços, dentro dos supermercados para evitar perdas de alimentos fora do modelo. Outra forma de evitar o desperdício é o consumidor optar por alimentos produzidos localmente, uma vez que estes não sofrem (ou sofrem menos) as perdas do transporte e da degradação. Também poderia haver propagadas feita pelo Governo através da mídia, panfletos, jornais, conscientizando a população sobre a situação e ensinando novas receitas com ''restos'' de alimentos.