Enviada em: 03/09/2018

Após a Segunda Guerra Mundial a fome se tornou um problema iminente. Com isso, na década de 50 surge a Revolução Verde promovendo grande aumento na produção de alimentos através de sementes geneticamente modificadas aliadas ao uso de tecnologia no campo. Contudo, décadas depois, tal produção exacerbada gerou problemas na atualidade, dentre eles o desperdício de alimentos. A falta de programas de distribuição de alimentos excedentes e a ausência de um manejo adequado na produção corroboram para a persistência do problema.       Não obstante antiga, a ideia Malthusina difundida no século XVIII de que a produção de alimentos não acompanharia o crescimento populacional se identifica paradoxalmente  no campo hodierno, haja vista que nem toda população se alimenta de forma adequada. Consoante relatório divulgado pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, estima- se que 13 milhões de brasileiros convivem com a fome. Ademais, a ausência de programas governamentais que promovam a distribuição de alimentos faz com que essas pessoas vivam a espera de ações solidárias promovidas pela sociedade civil. Fato contraditório ao se observar que segundo dados veiculados pela Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,  a quantia desperdiçada por dia é capaz de alimentar 19 milhões de pessoas.       Outrossim, o manejo inadequado também promove a perpetuação do problema. Atualmente não há integração nas etapas do processo produtivo, a deficiência no transporte  dos produtos agrícolas faz com que o tempo disponível para consumo se reduza, tendo em vista que o processo de transporte leva  cerca de quatro ou mais dias até serem destinados à venda. Além disso, a falta de infraestrutura e inadequação do manuseio agrícola também são agravantes. Ademais, tais problemas geram desiquilíbrios em outras áreas, dentre eles a econômica, tendo em vista que grande percentual de energia elétrica é consumida durante a produção e analogamente desperdiçada homólogo aos alimentos.       Destarte, medidas são necessárias para promover o descaminho do problema. Compete as grandes empresas detentoras do agronegócio promover capacitação dos produtores a fim de acarretar uma produção com maior responsabilidade ambiental, evitando, assim, o desperdício.  Cabe ao legislativo a criação de um programa de distribuição dos alimentos em excesso para as áreas necessitadas, somado a isso, o Ministério da Agricultura pode viabilizar subsídios as empresas que participarem de tal programa. Dessa forma, poder-se-á mitigar o desperdício desenfreado de alimentos e alcançar o objetivo proposto na revolução verde.