Enviada em: 15/10/2018

De acordo com a teoria malthusiana a produção de alimentos cresceria em progressão aritmética, enquanto a população em progressão geométrica, consequentemente faltaria alimentos. Contudo, na conjuntura vigente, um dos problemas sociais é o desperdício de alimentos, o que representa um desafio a construção de um tecido social harmônico. Nesse sentido, dentre os principais fatores que corroboram para tal problemática destaca-se a cultura de esbanjamento presente no tecido social em consonância com a má distribuição de alimentos.        Em primeira instância, o consumismo valorizado na sociedade capitalista também está atrelado a compra exagerada de alimentos, e assim muitas vezes tais sobram e são descartados. Outrossim, hodiernamente a produção agropecuária é alta, devido às tecnologias existentes, diferente do pensamento de Malthus. Nesse sentido, tal situação reflete os críticos valores da conjuntura vigente, representando um hábito que deve ser combatido.       Vale também ressaltar que apesar do grande consumo de alimentos por uma parte da sociedade, outra camada ainda não possui condições de alimentação, estando presente no mapa da fome. Nesse sentido, de acordo com a Organização das Nações Unidas Para a Alimentação e Agricultura (FAO) a quantidade de alimentos desperdiçadas no Brasil poderia alimentar cerca de 36 milhões de pessoas necessitadas. Ademais, tal dado demonstra a má distribuição de alimentos no país, situação inaceitável, como consequência de uma nação individualista.        Desse modo, o desperdício de alimentos requer medidas mais efetivas, envolvendo fatores culturais, para ser amenizado no país. Nesse sentido, é fundamental, portanto, que o Governo elabore projetos visando a diminuição da compra exagerada de alimentos, elaborando, juntamente com a mídia, campanhas publicitárias que mostrem as consequências de tal ação, como o maior gasto de recursos naturais para mais produção, além de abordar meios de aproveitar todas as partes do alimento que muitas vezes são jogadas fora, como as cascas e mostrar a necessidade de maior distribuição de alimentos, buscando incentivar os produtores agropecuários a reservar parte da produção a ser vendida com preços acessíveis às camadas mais pobres. Espera-se com isso a construção de um país mais equilibrado.