Enviada em: 01/10/2018

A segurança alimentar requer mudança de ações e atitudes Em 2003, o Governo federal estabeleceu a criação do programa Fome Zero, cujo principal objetivo era o combate a fome, garantindo segurança alimentar a milhões de brasileiros. No entanto, a falta de uma estratégia para combater o desperdício de alimentos mitigou o sucesso do programa, sendo possível, portanto, impor uma avaliação crítica acerca da situação, a fim de revertê-la. Em primeiro lugar, é preciso combater os problemas infraestruturais para evitar o enorme número de alimentos desperdiçados. Segundo a avaliação de empresas transportadoras, é durante a condução e manuseio que 50% dos alimentos são perdidos, deixando de chegar à mesa de uma parcela de consumidores ativos, e nem mesmo servindo de alternativa àqueles que não dispõem de condições econômicas suficientes para se alimentar. Nesse sentido, como forma de garantir a segurança alimentar brasileira, se faz necessário a criação de bancos de alimentos para o armazenamento e distribuição dos produtos perdidos na condução e manuseio. em segundo lugar,é necessário pensar em uma nova cultura alimentar para o Brasil. Nessa perspectiva, é possível afirmar que a nutrição tornou-se um ato de consumo exacerbado, privilegiando a quantidade em detrimento da suficiência e qualidade. Assim, a listagem exata daquilo que se pretende comprar e consumir e o reaproveitamento de ingredientes é, no mínimo, uma atitude de respeito a quem tem fome, evitando, por exemplo, que ingredientes orgânicos, como cascas de frutas, sejam jogados no lixo. Fica evidente, portanto, a necessidade de se combater o desperdício de alimentos para garantir  mais segurança alimentar. O Ministério do Desenvolvimento Social deve, por meio de verbas advindas da arrecadação federal de impostos, investir na ampliação dos pequenos bancos de alimentos do país, fornecendo infraestrutura necessária para recolhimento e redistribuição dos produtos perdidos durante a condução e o manuseio, a fim de fornecê-los a instituições sociais, como restaurantes populares. Ademais,cabe ao Ministério da Educação investir em campanhas publicitárias, em rádios, TVs e mídias sociais, a fim de orientar o cidadão a consumir de modo consciente, evitando desperdícios na gestão das refeições.