Enviada em: 30/10/2018

Conforme a teoria de Thomas Malthus, a humanidade tende a uma situação caótica de falta de recursos, visto que a produção de alimentos cresce em projeção aritmética, enquanto a população cresce em projeção geométrica. Nesse sentido, não obstante, apesar de a sociedade temer essa teoria, no Brasil, o segundo maior produtor agrícola do mundo, verifica-se frequente desperdício de alimentos. Desse modo, nota-se uma grave contradição que suscita análise e ações interventivas.     Primeiramente, de acordo com o IBGE, o número de indivíduos em extrema pobreza alcança cerca de 13 milhões e o país está no caminho de volta ao mapa da fome. Tais fatos são antigas mazelas brasileiras que tornam-se ainda mais assombrosas quando comparadas a quantidade de comida descartada, mesmo com o atual meio técnico-cientifico informacional, onde a tecnologia domina o setor produtivo. São desperdiçados em torno de 5 kg de alimento por habitante por dia, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária(Embrapa), ou seja, milhões de toneladas de alimentos que poderiam nutrir famílias em necessidade e que deixam enormes prejuízos as empresas, afetando a economia.        No entanto, andamos a passos lentos para a resolução do problema. São várias as origens desse esperdício, porém, vê-se como principais motivos fatores culturais e de mobilidade. Culturais pois, no país, existe um forte costume de exagero na compra e preparação de refeições, sobretudo, em eventos sociais, relacionado a uma imagem de fartura, o qual resulta em montes de sobras levadas ao lixo. E de mobilidade porque 50% do desperdício ocorre no processo transporte, uma vez que há mal manuseio e questões de logística que vão desde vias precárias até a escassez de portos atracadouros, causando congestionamento e conseguintes perdas.           Em face do exposto e de forma análoga a lei de Newton, a qual um corpo mantém seu movimento até que uma força atue sobre ele, torna-se imprescindível medidas efetivas que interrompam o desperdício de alimentos no país. Para tal, em primeiro lugar, é recomendável que as gestões municipais ofereçam subsídios aos restaurantes que doarem os excedentes a ONGs, pois assim amenizaria a subnutrição de maneira local e prática. Outrossim, faz-se fundamental a vinculação de campanhas publicitárias pela mídia, principal influenciadora da sociedade, que conscientizem a população sobre a questão. E, por fim, é dever dos Ministérios do Transporte e da Agropecuária  aumentar os investimentos direcionados a reformas de estradas e pontes e, como também, criar novos pontos atracadouros, para que o processo de transporte seja melhorado.