Enviada em: 06/04/2017

No século XX, com a primeira Revolução Verde, o homem aprimorou muito o sistema de cultivo e colheita de alimentos. No entanto, ainda que houvera esse aprimoramento, o desperdício de alimentos perpetua-se como um ponto a ser abordado e solucionado. Nesse sentido, é imprescindível discutir o papel do estado brasileiro e o descompromisso social em relação ao tema.      De acordo com pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013 cerca de 7 milhões de pessoas passavam fome. No entanto, se por um lado há milhares de famílias em situação de fome, contraditoriamente, por outro, há toneladas de alimentos sendo desperdiçados, diariamente. Sendo assim, por que não são estruturadas iniciativas estatais que possam reduzir o desperdício por meio de doações àquelas famílias que deveras necessitam? Trata-se, infelizmente, do descaso social que permeia a população brasileira devido à inércia do estado diante às mazelas sociais.      Além disso, contribuí para o desperdício a cultura alimentar do brasileiro, a qual está relacionada ao consumo excessivo e desnecessário, pois o pensamento "é melhor sobrar a faltar" ainda faz parte do ideário da população. Ademais, é importante ressaltar os limites de produção das terras agricultáveis, já que o uso intensivo e exacerbado aos poucos deteriora sua fertilidade, ou seja, ao desperdiçar-se alimentos o solo também é mal aproveitado, uma vez que sua produtividade tem sido em vão e se reduzirá gradativamente. Nesse aspecto, a Revolução Verde, que a priori demonstrava-se tão importante, mostra também, seus aspectos negativos quando usada de modo inconsciente.      Diante do contexto apresentado, conclui-se que o desperdício alimentar é uma realidade no Brasil. Dessa forma, é importante que medidas necessárias sejam tomadas. Cabe ao Ministério da Agricultura trabalhar na estruturação de empresas estatais em consonância aos Centros de Abastecimentos (CEASAS), de modo que possa haver um trabalho conjunto na organização, separação e distribuição dos alimentos restantes, que ainda possam ser consumidos, para a população carente. À mídia, atuar na disseminação de dados relativos ao desperdício alimentar, para que a população sinta-se responsabilizada, além disso, disseminar dicas durante os comercias televisivos, as quais ensinem técnicas para reduzir o desperdício alimentar doméstico.