Enviada em: 03/09/2019

Alemanha, 1933; era comum a exclusão social ou até mesmo a assassinato de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência já que não demonstravam benefícios para as politicas militares e expansionistas do terceiro Reich. Hodiernamente, pode-se perceber que essa ainda é uma realidade vigente, em que diversas pessoas continuam a enfrentar problemas para garantir acessibilidade e inclusão na sociedade, o que afeta tanto o ir e vir, quanto o bem-estar dessa parcela populacional.                       Em primeiro plano, é evidente que a falta de acessibilidade afeta os direitos de ir e vir da população, que assegura a efetividade da mobilidade urbana em locais públicos, como shopping, mercados e farmácias. Desse modo, existem diversos problemas a serem encarados, tais como a falta de sinalização para deficientes auditivos e visuais, rampas e escadas fora das normas da ABNT, falta de banheiros acessíveis e, principalmente, a falta de manutenção dos equipamentos remanescentes. Nesse sentido, pode-se vincular a concepção do filósofo Kant, em que todos são iguais em termos de dignidade e, portanto, devem ter direitos e considerações morais iguais. Sendo assim, é importante que todos possuam o mesmo tratamento social e direito a usufruir efetivamente dos meios públicos.                    Por conseguinte, além dos empecilhos causados ao ir e vir, o bem-estar dessa parcela social também é constantemente violado, tendo em vista ainda possuem baixa representatividade nos principais meios sociais e, muitas vezes, acabam por sofrer algum tipo de discriminação. Diante disso, é notório que com a falta representatividade em setores como política, saúde e educação evidencia a falta de políticas para garantir a acessibilidade aos portadores de deficiência ao próprio mercado de trabalho. Assim, tendo em vistas pesquisas realizadas pelo IBGE, cerca de 30% dos brasileiros possuem algum tipo de deficiência e, menos de 5% estão empregados, dados que revelam o quão grande é a problemática. Nesse sentido, faz-se necessário a dissolução dessa conjuntura.                         É evidente, portanto, que medidas são necessárias para dirimir a questão. A priori, é fundamental que a partir da composição tripartite - governo, entidades privadas e ministério das cidades - ocorra a criação de portais online em que as pessoas possam relatar os problemas das cidades e, assim ocorra programas para manutenção e fiscalização desses locais, para que os portadores de deficiência possam usufruir efetivamente dos equipamentos da cidade e os principais ambientes públicos estejam de acordo com as normas de acessibilidade. Além disso, cabe ao ministério do trabalho criar políticas abrangentes que garanta a empregabilidade dessa parcela populacional, a partir do aumento das cotas para deficientes nas empresas. Somente assim, casos como o de 1933 serão evitados e a acessibilidade será, certamente, um direito de todos.