Enviada em: 10/09/2017

Andar de ônibus, passear no shopping, ir à escola. Atividades consideradas simples para a maioria da população. No entanto, devido a falta de acessibilidade, acabam tornado-se extremamente difíceis para os mais de 40 milhões de brasileiros portadores de alguma deficiência física ou mental, contribuindo diretamente para que essa parcela populacional viva às margens da sociedade. Essa constatação exige uma reflexão sobre os principais aspectos que causam esse verdadeiro descaso social.       O sociólogo Polonês Zygmunt Bauman explica, em sua “modernidade líquida”, a perda da sensibilidade pela dor do outro na sociedade pós-moderna. Sob essa ótica, pode-se compreender que, apesar da existência de leis que garantam a acessibilidade, a infraestrutura empregada para atender as necessidades dessa camada social são mínimas, tornando-se extremamente raro encontrar locais e transportes adaptados para atendê-los. Pode-se afirmar que essa lamentável situação agrava-se nas cidades interioranas, onde consequentemente a fiscalização torna-se menor. Nesse contexto, é válido ressaltar a inoperância do Estado, uma vez que este seria o grande responsável por garantir o cumprimento da lei no país.       “Na essência somos iguais, nas diferenças nos respeitamos”. A assertiva de Santo Agostinho parecia não prever uma realidade que, infelizmente, perpetua-se na sociedade brasileira: o preconceito. Desde entrevistas de empregos até em momentos de lazer, são inúmeras as situações em que os portadores de necessidades especiais sofrem algum tipo de aviltamento social apenas por serem diferentes. Porém, esquece-se que estes primeiramente são humanos e assim como todos os outros possuem direitos inalienáveis, como o direito à liberdade. Nesse contexto, percebe-se a necessidade de um grande avanço na questão da acessibilidade e da inclusão social para que esses direitos possam ser cumpridos.       Portanto, é visível a necessidade de uma manutenção na questão da acessibilidade no Brasil. Cabe ao Governo Federal, através de concursos públicos, aumentar o número de agentes de fiscalização no país, visando uma maior inspeção em locais e transportes, garantido assim que as leis de acessibilidade sejam cumpridas em território nacional, tornando a vida dos portadores de necessidades especiais mais digna. Cabe às escolas, através de palestras com portadores de deficiências, conscientizar seus alunos de que, apesar das diferenças, estes são dignos de respeito e igualdade, visando uma futura geração mais respeitosa e que entenda a importância da acessibilidade na vida dos deficientes. Parafraseando Kant: “O homem nada mais é do que aquilo que a educação faz dele”.