Enviada em: 24/08/2018

Durante o período colonial, diversos povos nativos foram dizimados pelo pensamento de superioridade religiosa, séculos depois, a teoria do Darwinismo Social aniquilou outros tantos. Na história brasileira, por esse motivo, muito conteúdo histórico e cultural foi destruído por essa agressão à integridade do patrimônio nativo brasileiro. Verifica-se, nesse âmbito, que é mister valorizar a população indígena de modo a preservar as raízes étnicas e evitar a perda de mais conteúdo cultural.        A priori, convém ressaltar os valores étnicos herdados dos indígenas brasileiros, seja pela língua - nomes de lugares, léxico, entre outros -, seja pelas ações - o banho diário foi um costume herdado dos indígenas, por exemplo - são fulcrais para a formação do complexo social de uma comunidade. Nesse prisma, nota-se que o Brasil é rico em suas culturas, entretanto, carece na preservação dos personagens responsáveis pela representação destas, uma vez que, apesar de existirem órgãos como a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o indígena é tratado, social e político. como um ser a parte da sociedade, não como o formador desta. Dessa forma, é necessário realizar de forma coesa a inserção do índio no processo civil sem realizar a desculturação - assim como realizado pelo governo do estado do Arizona nos Estados Unidos da América com os índios residentes do Grand Canyon.       Em uma análise mais extensiva, infere-se que os autóctones são primordiais para a preservação da diversidade e da miscigenação cultural aqui existente. Nesse contexto, pondera-se os registros do literato austríaco Stefan Zweig de que "a nação brasileira é a equalização completa do preto e branco, marrom e amarelo", isto é, o povo natural canarinho dá origem e resguarda os costumes multipolares e mestiços, evidência disso, é o reconhecimento pela Carta Magna de 1988 - outorgada no Governo Sarney - dos direitos dos índios como preservação da multiculturalidade. Diante disso, contata-se a imprescindibilidade em conservar a população indígena de forma mais efetiva.       Compreende-se, pois, a urgência em valorizar a população autóctone de modo eficaz e harmônico sem realizar processos aculturativos. Dessarte, urge que o órgão estatal responsável pela integridade do povo indígena, a FUNAI, com apoio da mesa diretora da Câmara dos Deputados, proponha uma revisão da política de preservação das terras indígenas, de modo a reduzir a burocracia referente aos processos de delimitação e uso da terra - propriedades com alto valor cultural, econômico e turístico - e um programa de educação financeira aos indígenas interessados, com intuito de reduzir as diferenças entre a população urbana e a população nativa, e atenuar os processos de deterioração étnica cometida com os indígenas, permitindo, assim, sua sobrevivência e autonomia. Por conseguinte, o Brasil tornar-se-á um país curado de suas heranças coloniais devastadoras.