No Brasil hodierno, a situação indígena na sociedade ainda é uma questão a tratar. Esses nativos, que enfrentaram períodos de violência e repressão, continuam sofrendo com a exclusão. Tal problemática não deve ser vista somente como resultado da falta de um sistema efetivamente adaptado, mas também como uma consequência da desvalorização da cultura desse povo. Por esse viés, os atuais métodos de ensino, não inclusivos à população indígena, configuram-se como uma das principais razões para a marginalização desse grupo. Os Jesuítas, ao chegarem no Brasil, submeteram os índios a um processo de educação inflexível e eurocêntrico, que não levou em consideração suas necessidades específicas. Atualmente, com as mudanças no ambiente escolar, a integração dessa camada permanece deficitária. Nessa perspectiva, missionário Jean de Léry, em sua obra "Viagem à terra do Brasil", defende a necessidade de respeitar as particularidades dessas tribos. Sendo assim, é preciso que a escola atenda às demandas de todos os brasileiros, por meio de uma reforma no sistema vigente. Para além, é possível identificar a falta de incentivo à cultura desses nativos como outro fator determinante para o quadro. Com efeito, no poema "Erro de Português", Oswald de Andrade faz uma alusão entre o ato de vestir o índio e a dominação do colonizador. Por esse aspecto, a imposição do uso de vestimentas, por exemplo, já é uma forma de opressão a esse grupo, que tem, dessa maneira, seus costumes desrespeitados. De fato, durante o processo de colonização do país, o indígena foi forçado a se adaptar aos hábitos dos colonos, abandonando algumas de suas crenças e tradições por culpa da intolerância portuguesa. A manutenção desse processo, portanto, impossibilita a inserção dessas pessoas. Destarte, Marx afirmava que as classes dominantes determinam as ideias que dominam. Logo, é importante que a sociedade defenda a causa indígena e suas lutas. Todavia, para que isso ocorra, é necessário que o Ministério da Educação crie mais escolas especializadas em educar os nativos, essas precisam contar com professores fluentes em suas línguas e garantir o respeito às suas lendas e crenças, para que não se sintam constrangidos, e devem ser espalhadas por todo país, para que o acesso à educação se potencialize. Assim, com a formação educacional, mais indígenas poderão reivindicar seu direitos e mobilizar mais brasileiros. Ademais, o Ministério da Cultura tem a obrigação de criar cartilhas acerca das tribos existentes no Brasil, de modo que seus hábitos não causem estranheza, além de promover festivais com essa temática, com a participação de índios que apresentem suas tradições, exercendo seu direito de expressão.