Enviada em: 13/10/2018

''O homem não teria alcançado o possível se, repetidas vezes, não tivesse tentado o impossível. '' De acordo com Max Weber, renomado sociólogo alemão do século XVIII, a persistência está intrinsecamente ligada à realização do ''impossível''. No entanto, quando se observa os empecilhos da valorização da cultura indígena, no Brasil, verifica-se que esse ideal weberiano é constatado na teoria e, não desejavelmente na prática, seja pelo menoscabo do Poder Público, seja pela discriminação da sociedade civil. Nesse contexto, torna-se imprescindível a tomada de medidas que dissolvam a problemática.       É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do impasse. Tal fato se reflete nos escassos investimentos governamentais em preservação cultural e em programas de integração social, medidas que tornariam o ambiente comunitário mais tolerante e inclusivo para a cultura indígena, e devido à falta de administração e fiscalização pública por parte de algumas gestões, isso não é firmado.       Ademais, o preconceito populacional frente à cultura indígena é fator determinante à permanência do revés. Um exemplo disso é a segregação social imposta aos indivíduos pertencentes a comunidades nativas devido à intolerância inerente à sociedade. Seguindo essa linha de raciocínio, o historiador renascentista Nicolau Maquiavel sustenta a ideia de que os preconceitos têm mais raízes do que os princípios. Assim, uma mudança nos valores da sociedade é essencial para transpor as barreiras à valorização cultural indígena.       Infere-se, pois, que a nociva refutação em prol da valorização da cultura indígena, no Brasil, requer um comportamento social altruísta e políticas públicas ativas. Portanto, cabe ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), em parceria com instituições de aprendizado, realizar palestras ministradas por pedagogos e líderes de tribos indígenas e dinâmicas em grupo com pais e filhos, a fim de mobilizar todas as gerações acerca da valorização cultural. Outrossim, como já dito pelo filósofo Francis Bacon ''conhecimento é poder''. Assim sendo, é recomendável que a mídia, o quarto poder, por meio de novelas e propagandas, divulgue informações de forma didática sobre a cultura dos povos indígenas, a fim de contribuir com a formação sociocultural da população e mitigar a preponderante intolerância comunitária. Logo, com o constante apoio estatal e comunitário, o corrosivo combate aos entraves da valorização da cultura indígena no Brasil seguirá a realidade descrita por Weber, transformando o impossível, possível.