Enviada em: 13/10/2018

“O homem não teria alcançado o possível se, repetidas vezes, não tivesse tentado o impossível”. De acordo com Max Weber, a persistência está intrinsecamente ligada à realização do “impossível”. No entanto, quando se observa os empecilhos da valorização da cultura indígena, no Brasil, verifica-se que esse ideal weberiano é constatado na teoria e não desejavelmente na prática, seja pela discriminação da sociedade civil, seja pelo menosprezo do Poder Público. Nesse contexto, torna-se imprescindível a tomada de medidas que dissolvam a problemática.       Durkheim define, através da sua concepção de solidariedade, que os valores de uma sociedade se dariam pela consciência coletiva, pois essa seria responsável pela ligação entre as pessoas. Nesse viés, a sensibilização populacional frente à segregação imposta aos indivíduos pertencentes a comunidades indígenas é essencial para a resolução do impasse e, por conseguinte, o progresso da nação. Todavia, é comum ver a estagnação social perante os desafios enfrentados pela população indígena que, devido à baixa repercussão midiática, agrava, paulatinamente, o problema. Dessa forma, a divulgação pública de tal hostilidade é fundamental para transpor a terrível discriminação cultural.       Ademais, a Constituição Cidadã de 1988, documento jurídico mais importante do país, garante integridade física e moral a todos os indivíduos. Entretanto, tal prerrogativa legal encontra-se deturpada ao analisarmos a intolerância contra os povos nativos do Brasil, haja vista, que a escassez de investimentos governamentais em programas de integração social atrelada a precária política de preservação cultural, corroboram a não efetivação desse direito. Dessa forma, com a negligência estatal, a Pátria Amada urge a alteração da lei ou sua real aplicação.      Infere-se, pois, que a nociva refutação em prol da valorização da cultura indígena, no Brasil, requer um comportamento social altruísta e políticas públicas ativas. Portanto, cabe ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), em parceria com instituições de aprendizado, realizar palestras ministradas por pedagogos e líderes de tribos indígenas, a fim de mobilizar o público acerca da valorização cultural. Outrossim, como já dito pelo filósofo Francis Bacon "conhecimento é poder". Assim sendo, recomenda-se que a mídia, o quarto poder, por meio de novelas e propagandas, divulgue informações de forma didática sobre a importância da cultura dos povos indígenas, a fim de contribuir com a formação sociocultural da população e mitigar a preponderante discriminação comunitária. Logo, com o constante apoio estatal e comunitário, o corrosivo combate contra a desvalorização da cultura indígena no Brasil seguirá a realidade descrita por Weber, transformando o impossível, possível.