Enviada em: 15/10/2018

A cultura indígena é elemento constituinte da ascendência do povo brasileiro a partir da micigenação ocorrida no período pós colonial. É sabido, no entanto, que os brasileiros, em sua maioria, desconhece o que sobrou desses povos e das suas culturas, tornando perceptível, portanto, a necessidade de discutir uma realidade constantemente subtraída pelos atuais conflitos agrários e pela falta de visibilidade aliada ao preconceito.    Nesse contexto, a violência que aflige a população indígena contemporânea colabora com a sua possível extinção. Um exemplo disso é a dizimação histórica dessas etnias ocorridas em toda América durante as colonizações portuguesa e espanholas que, impulsionadas por riquezas minerais naquela época, encontram respaldo, hoje, na busca pela expansão das terras exploradas pelo agronegócio, colocando em risco, não somente o que sobrou das nossas origens, como também a vida de vários indivíduos.    Ademais, a sociedade estereotipa e desvaloriza os povos indígenas. Em vista disso, programas humorísticos exploram a imagem, a cultura e a linguagem dessa minoria sob forma de escárnio, reafirmando ideias antigas e preconceituosas de que índio é sinônimo de preguiça e falta de intelecto como outrora indicou Monteiro Lobato em ''Urupês'', colaborando com que, na atualidade, o índio fosse rebaixado a uma mera fantasia carnavalesca.   É notório, logo, a necessidade de subverter os fatores que impedem a valorização do indígena. Para isso, a Fundação Nascional do Índio, em conjunto com ONGs que visam a conservação desses povos e a mídia, deve lançar um projeto que leve à escolas, aos veículos midiáticos e aos espaços públicos a discussão em torno do preconceito linguístico sofrido por indígenas, da violência física sofrida por estes, do protagonismo que tiveram na construção da nossa cultura e do apoio social que causas, como a demarcação de terras, merecem, a fim de que toda a sociedade busque e reafirme os direitos desses povos.